Solto dia 8, médico invade casa em que Danielle foi assassinada e volta a morar lá

Ao T1, mãe da vítima afirma: "estou descrente na justiça. Ele é um assassino sádico e me matou também. Eu só queria minha filha viva agora. Quem vai chorar o resto da vida sou eu"

Médico foi indiciado por homicídio de Danielle, ocorrido no ano passado
Descrição: Médico foi indiciado por homicídio de Danielle, ocorrido no ano passado Crédito: Divulgação

Em entrevista ao T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 12, a mãe de Danielle Christina Grohs, Simara Lustosa, afirmou que após sair da prisão, no último dia 8, o médico Álvaro Ferreira, indiciado pelo assassinato da professora, arrombou a residência em que Danielle foi assassinada e está morando na casa. “A casa estava trancada, o código do controle do portão eletrônico foi trocado, as janelas foram lacradas, mas ele (Álvaro) contratou três pessoas, foi lá e arrombou tudo e agora está morando na casa onde ele matou minha filha. Ele é um monstro, assassino sádico”, disse. Danielle foi encontrada morta na própria residência, em Palmas, em 18 de dezembro do ano passado.

 

Indignada com a prisão domiciliar concedida a Álvaro pela justiça, Simara disse ainda que não tem mais esperança na Justiça. “Estou descrente com a justiça. Ele deve estar rindo da família e da justiça. Ele oferece perigo se estiver solto. Ele ameaçou várias testemunhas de morte. Ele está com a tornozeleira, mas quem me garante que ele não pague alguém para ameaçar e intimidar pessoas. Ele é um crápula. Eu queria muito a minha filha de volta, só restou dor e saudade. Ele me matou também. Mas como ela não vai voltar, eu quero muito que ele volte para a prisão e aguarde o julgamento lá, porque quem vai chorar o resto da vida sou eu”, relatou a mãe da vítima.

 

Álvaro Ferreira, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira desde o dia 8, foi liberado da Casa de Prisão Provisória de Palmas sob a alegação de estado de saúde debilitado. Silmara garante que isso não impede que ele permaneça preso. “Isso foi tudo uma jogada dele. O laudo que ele conseguiu foi de um médico do HGP, amigo dele, que trabalha junto com ele. Ele tem pressão alta e eu também, e tomo remédios para isso. Ele tem diabetes, mas é médico e sabe muito bem que é controlada por remédios. Tem presos lá que tem 70/ 75 anos de idade. Então não me venha com essa história de estado de saúde debilitado, não. Eu quero justiça porque eu tenho certeza que foi ele que matou e ele já ameaçava ela de morte há muitos anos. Em vida minha filha me relatou que o que ele disse a ela: ‘Eu quero que você tenha medo de mim, não respeito’”, declarou Simara.

 

Temperamento agressivo

 

Ainda conforme a mãe da vítima, Álvaro sempre mostrou um comportamento agressivo. Ela divulgou um vídeo que registrou o momento em que o médico agride um inquilino de Danielle, após ele ter testemunhado uma das recentes agressões à vítima, das várias ocorridas durante o relacionamento de 19 anos do casal. “Ele inventou que os inquilinos da minha filha eram drogados para justificar a agressão dele, mas a verdade é que agrediu o rapaz porque ele ouviu as agressões dele contra Danielle e testemunhou contra ele. Tanto é que dias depois ele expulsou os inquilinos da casa para deixar tudo vazio para matar ela sem testemunhas. Vou divulgar esse vídeo para que todos possam ver o homem bonzinho e adoentado que ele é”, pontuou a mãe da vítima.

 

Manifestação

 

Após a decisão judicial que concedeu prisão domiciliar ao médico, familiares e amigos da vítima deverão realizar nesta terça-feira, 13, uma manifestação a partir das 10h em frente ao Tribunal de Justiça (TJ) contra a decisão do juiz. A deputada estadual Luana Ribeiro está colaborando na articulação do movimento e garantiu sua presença no ato.

 

Em entrevista ao T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 12, o advogado da família da vítima, que também era o advogado de Danielle, Edson Alecrim informou que são esperadas na manifestação cerca de 200 pessoas. “Convidamos as emissoras de televisão e redes sociais, os amigos e amigas da professora Danielle, assassinada pelo médico Álvaro Ferreira da Silva, para mais uma manifestação contra a decisão do Judiciário de conceder liberdade ao Álvaro. Vamos de camisetas da Danielle, faixas e carro de som. O objetivo desse ato é pressionar o Ministério Público para que apresente a denúncia e que a justiça defira favoravelmente a prisão preventiva desse monstro. Quem não suporta ficar na cadeia que não mate”, ponderou o advogado.

 

MPE pede novas diligências

 

Questionado pelo T1, o Ministério Público Estadual afirmou que ainda não ofereceu denúncia. Segundo o órgão, o responsável pela 2ª Promotoria, Lucídio Bandeira, que está à frente do caso, pediu novas diligências com o objetivo de adquirir provas mais contundentes relativas ao caso e está aguardando a conclusão. 

 

“A preocupação maior do MP é oferecer uma denúncia consistente para que a defesa não derrube. Pedimos novas diligências e o caso está sendo bem estudado para que a gente consiga incriminar o autor”, explicou o órgão, via assessoria de imprensa. Ainda conforme a assessoria, não há prazo para que a denúncia seja apresentada.

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