SSP diz que se investigados não se apresentarem, polícia adotará medidas cabíveis

SSP diz que se investigados não se apresentarem, polícia adotará medidas para cumprir mandados em aberto

Operação foi deflagrada nesta sexta-feira
Descrição: Operação foi deflagrada nesta sexta-feira Crédito: Divulgação/SSP

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), através da Delegacia Especializada na Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma), informou em nota à imprensa na noite desta sexta-feira, 3, que as autoridades policiais responsáveis pelas investigações da segunda fase da Operação Jogo Limpo foram contatadas pelos advogados dos três investigados contra os quais ainda estão em aberto mandados de prisão temporárias, entres eles dos vereadores de Palmas Folha Filho e Major Negreiros.

 

As defesas dos alvos dos mandados negociam a possibilidade de apresentação espontânea dos respectivos representados, que, segundo a SSP, não sendo efetivada, “importará na adoção das medidas legais para o fiel cumprimento dos mandados pela Polícia Civil”.

 

No final da tarde desta sexta, o advogado do vereador Folha, Paulo Roberto da Silva, informou por meio de nota que peticionou pedido de acesso ao inquérito policial logo após tomar conhecimento da acusação sobre seu cliente e afirmou que o vereador irá se apresentar assim que tiver acesso aos autos. “Meu cliente (Vereador Folha) está disposto a se apresentar espontaneamente e esclarecer todos os fatos. Se declara inocente e não tem, por remoto que seja, interesse de causar dificuldades à justiça ou mesmo se furtar de ser interrogado pela autoridade policial”, disse o advogado.

 

De acordo com a SSP, até o início da noite desta sexta, 23 pessoas foram presas na operação Jogo Limpo. Além dos 22 presos pela manhã, e que permanecem recolhidos em unidades prisionais, à disposição do Poder Judiciário, mais um dos envolvidos apresentou-se na sede da Dracma. “A SSP informa, ainda, que todos os 31 mandados de busca e apreensão, também expedidos judicialmente, foram cumpridos no Tocantins e em Goiás, nos municípios de Palmas, Aparecida do Rio Negro, Fortaleza do Tabocão e Goiânia (GO)”.

 

A Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma) informou à imprensa que oito dos alvos de mandados de prisão foram ouvidos e soltos em seguida, tendo suas prisões revogadas. Os nomes não foram divulgados.

 

Entenda

 

As investigações da Polícia Civil duraram cerca de um ano. Na primeira fase, ocorrida em fevereiro de 2018, já havia sido levantada a suspeita de envolvimento de parlamentares do Legislativo da Capital. De acordo com o delegado Guilherme Rocha, titular da DRACMA, o esquema fraudulento vem ocorrendo desde 2014.

 

Suspeita-se que o dinheiro desviado dos cofres públicos passava por entidades sem fins lucrativos ligadas às práticas esportivas e culturais e eram destinadas a pagamentos de lideranças políticas e membros do Legislativo municipal. “Estimamos que cerca de R$ 7 milhões foram desviados neste esquema que contou, inclusive, com entidade beneficente de assistência a dependentes químicos”, afirmou. Ainda de acordo com o delegado, dos três parlamentares envolvidos há comprovações de transferências bancárias vindas das entidades para as contas bancárias dos vereadores.

 

Segundo as investigações, empresas fantasmas emitiam notas fiscais frias para justificar despesas e serviços não realizados na prestação de contas dos convênios, sendo que os valores recebidos eram desviados para servidores públicos, presidentes de entidades, empresários e agentes políticos. O esquema utilizava associações ligadas às práticas esportivas, manifestações culturais como quadrilhas juninas e até mesmo uma associação de apoio a dependentes químicos.

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