Tocantins tem 1,67 médicos por mil habitantes, 23% menos que a média nacional

Na avaliação dos conselhos de medicina, baixo número de profissionais decorre da falta de políticas públicas para fixação em munícipios mais distantes e regiões menos desenvolvidas

Tocantins tem apenas 2.583 médicos
Descrição: Tocantins tem apenas 2.583 médicos Crédito: Divulgação

O Tocantins tem uma população de 1,5 milhão de habitantes, que são atendidos por 2.583 médicos, o que dá uma razão de 1,67 profissionais por mil habitantes. São 48,7% especialistas para 51,3% generalistas, o que dá uma razão de 0,95 especialistas para cada generalista. Os profissionais do sexo masculino são 60,6% e os do sexo feminino, 39,4%. A idade média dos profissionais é de 43,4 anos, com um tempo médio de formação de 16,1 anos. A maioria dos médicos (61,2%) tem até 44 anos.

 

Os dados constam da pesquisa Demografia Médica 2018, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O levantamento, coordenado pelo professor Mário Scheffer, usou ainda bases de dados da Associação Médica Brasileira (AMB, Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Educação (MEC).

 

No estado, pediatria e cirurgia geral são as especialidades com maior número de profissionais, 188 cada uma, seguida de ginecologia e obstetrícia (166), clínica médica (115) e anestesiologia (98). Genética médica (0), medicina esportiva (0), homeopatia (1), medicina física e reabilitação (2), medicina preventiva e social (3), radioterapia (3) e patologia clínica (4), são as especialidades com menor número de profissionais.

 

Na capital do Tocantins moram 286 mil pessoas, que são atendidas por 1.115 médicos, o que dá uma razão de 3,89 profissionais por mil habitantes. A proporção de médicos morando na capital é de 43,2%, sendo Palmas a única capital do Norte e Nordeste em que o percentual de médicos morando na capital é menor do que o do interior.  Dos profissionais que moram na capital, 57,2% são homens e homens e 42,8%, mulheres. Os especialistas são 57,3% e os generalistas, 42,7%.

 

Para os Conselhos de Medicina, os números apresentados confirmam “o equívoco do Governo, que tem defendido o aumento da população de médicos como solução para resolver as dificuldades de acesso aos serviços de saúde no País. Pelos dados, esse crescimento, percebido em nível nacional nos últimos anos, não tem repercutido nas regiões mais distantes e menos desenvolvidas. Por outro lado, avaliam as entidades, a presença significativa de profissionais, como registrado em alguns estados e municípios, não tem sido suficiente para eliminar problemas graves de funcionamento da rede pública e de acesso aos serviços, decorrentes da falta de qualidade na gestão e da adoção de políticas públicas eficientes no setor”, informou o CRM Tocantins.

 

Dados nacionais

 

Para uma população de 207,7 milhões de pessoas, o Brasil tem hoje 452,8 mil médicos, o que corresponde a 2,18 médicos por mil habitantes. Os homens são maioria nessa profissão, 55,1%, enquanto as mulheres são 44,9%. Em 2010, data de realização da primeira demografia médica, as mulheres eram 41% do conjunto de profissionais.

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