Benefícios da legalização das apostas no Brasil vão além da arrecadação

Novas receitas vindas da chegada de cassinos ao país devem financiar saúde e infraestrutura; geração de empregos é outro ponto de destaque

Crédito: Divulgação

Enquanto as negociações para a votação de projetos envolvendo a liberação de cassinos e sites de apostas no Brasil avançam, diversos setores da sociedade anseiam pelos recursos originados da atividade de apostas. Afinal, o argumento mais forte de quem defende a liberação das apostas no país é a capacidade de arrecadação do setor. Estima-se que o Brasil pode receber cerca de 25 bilhões de reais em impostos e taxas de outorgas para o funcionamento dos estabelecimentos de apostas.

 

Mas, além de toda essa arrecadação com as novas receitas tributárias, muitos outros benefícios podem chegar ao país por conta da legalização dos jogos de azar. Vale lembrar que não só os cassinos físicos seriam liberados, mas a ideia é que haja a liberação de cassinos online no Brasil, além de sites de apostas esportivas. Hoje essas empresas já atuam no país, porém com a infraestrutura instalada em países com legislação e regulamentação para este tipo de aposta. 

 

Da maneira como funcionam os sites de apostas hoje, o Brasil deixa de arrecadar, enquanto as empresas acabam economizando, sem a obrigatoriedade de estabeleceram sede no país. Com a liberação e regulamentação, a tendência é de maior arrecadação de impostos e alta geração de empregos. Isso fica ainda mais evidente quando o assunto é a liberação dos cassinos físicos.

 

O governo brasileiro tem trabalhado por uma proposta que permita o funcionamento de cassinos integrados a resorts e em regiões ainda em desenvolvimento. Para conter a preocupação da ala religiosa do país, o plano do Ministério do Turismo, principal entusiasta da medida, é restringir o acesso aos cassinos físicos a quem tiver condições financeiras de adquirir pacotes turísticos para esses resorts, o que deve incentivar a visita de turistas estrangeiros do mundo todo. É fato que muitas vezes, ao decidirem seus roteiros de viagem, turistas europeus e americanos dão preferência para lugares onde a jogatina é permitida. 

 

Onde estarão as novas receitas e novos empregos

 

A aprovação da liberação dos cassinos levaria a uma sequência de ganhos em cadeia. Além da arrecadação de impostos, consequência primária da chegada de novos negócios ao país, a geração de empregos, tão necessários para o que virá após a pandemia de coronavírus, seria expressiva. Estima-se que, de início, a indústria dos jogos quando instalada no Brasil vai gerar mais de 300 mil empregos.

 

Deve-se levar em conta os impactos em toda a cadeia de fornecimento para esses cassinos. Os ramos de alimentação e logística seriam alguns dos mais impactados positivamente, empregando mais e pagando mais impostos. A qualificação dos profissionais envolvidos nesta cadeia também será importante, com destaque para os que tiverem domínio de línguas estrangeiras.

 

Direcionamento dos novos recursos

 

Muito se fala sobre a entrada de dinheiro ocasionada pela legalização dos cassinos, tanto para o governo, quanto para a população. Mas os ganhos com a chegada dessa nova indústria ao país vão muito além das finanças. Indo ao encontro das expectativas do governo federal para o pós pandemia, a entrada destes novos recursos deve ajudar a financiar uma série de obras públicas de infraestrutura, gerando ainda mais empregos e o reaquecimento da economia nacional.

 

Outra área que pode se beneficiar diretamente dos recursos da indústria do jogo é a saúde. A chegada ao Brasil dos melhores cassinos online e físicos do mundo deve ajudar no financiamento do SUS, independentemente do teto de gastos pré-estabelecido ainda no governo Temer. A esperança é que os profissionais de saúde tenham uma melhor estrutura de trabalho após estes novos investimentos.

 

Por fim, a segurança pública também deve se beneficiar da legalização das apostas em cassinos e sites no país. A regulamentação mais provável deve obrigar o direcionamento de boa parte das novas receitas para o combate ao crime e à corrupção, que requerem alta tecnologia e especialização. O dinheiro deve ser encaminhado às administrações dos estados da federação, que realizarão os investimentos de acordo com a estratégia local para o combate ao crime. 

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