Demissões na conta da oposição

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Eu sempre digo que o Tocantins vive um momento de maior liberdade de expressão das opiniões. Talvez por falta de hábito as críticas (mesmo as construtivas) nem sempre são bem entendidas, seja por setores do governo, ou das próprias forças partidárias. Em todo o país, a imprensa é livre para criticar, opinar, discutir ações de candidatos e governantes, sem maior controle ou represálias financeiras. Lá, no mundo globalizado, as regras do jogo são outras. Quem é criticado, responde, e procura corrigir qualquer atitude que possa gerar crítica futura.

Aqui não, aqui sempre foi diferente. Se um jornalista faz crítica, é logo rotulado. Se tem posição política, é "partidário". Acho isso uma bobagem grande. Todo cidadão tem um voto: o seu. E vai fazer uso dele como quiser no dia 05. Ocorre que o jornalista pode e deve analisar os fatos políticos que envolvem seu estado, sua cidade.

Assim, tenho relevado o tom de mágoa que percebo nos olhos dos amigos que tenho nas três frentes desta campanha quando critico alguma ação delas. Já militei na União do Tocantins, onde fui até candidata e guardo bons amigos por lá. Na condição de dona de jornal, já critiquei Raul por abandonar Taquaruçu, mas gosto e sou amiga de Edna Agnolim, e de muitos petistas. No governo nem se fala. Fui assessora de Dulce Miranda, e tenho excelente trânsito e boas relações no grupo marcelista.

Nada disso me impede de dizer o que eu penso, aqui no meu blog, que não me custa muito manter. O que eu tenho para dizer hoje, é muito simples: esta eleição é inédita, e vai ficar muito mais acirrada nos próximos dias. São três grupos fortes se degladiando pela prefeitura de Palmas.

A última "arma" que ganhou força nesta disputa, foram as exonerações determinadas pela justiça, de 35 mil servidores comissionados. Eles sempre existiram na máquina, talvez em menor número, independente do governo que estivesse no poder no Palácio Araguaia.

O que vejo hoje, é que essas demissões, e o prejuízo que os servidores terão nas férias entre outros direitos, tem sido debitada na conta da oposição.Por um lado, a ação originária partiu mesmo dos adversários de Marcelo Miranda. Não tem por que nem como negar. Por outro lado, a regularização da situação através da realização de concurso, está nas mãos do governo.

Contratar ou mandar demitir, é responsabilidade do gestor e do grupo político que faz. Não adianta candidato espernear, e tentar se livrar da responsabilidade. Cada um, mais cedo ou mais tarde, vai ter que assumir a sua.

roberta@blogdatum.com

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