Deu no Correio Braziliense

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Durante as negociações para o domínio do procedimento licitatório tivemos muitas menções ao nome do prefeito e após sua intervenção, a presidente da comissão de licitação passou a tratar os associados a João Carlos com maior prestatividade”, afirma o relatório, referindo-se ao lobista João Carlos de Carvalho. A PF sugeriu o indiciamento de Raul Filho por formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude a licitações. (...) -  Correio Braziliense - Publicação - 31/08/2008 09:36

O fim de semana de campanha política em Palmas foi agitado pela publicação em Brasília, pelo Correio Braziliense,de denúncias graves contra o prefeito Raul Filho, licenciado da prefeitura de Palmas, para disputar a reeleição.Uma operação da Polícia Federal, a mesma que bateu na porta do prefeito, e provocou bloqueio nos recursos do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula para a capital.

Na matéria assinada, o jornalista revela conteúdo de registros feitos pela PF, com autorização da justiça, de escutas telefônicas onde o prefeito apareceria cobrando um aparelho de ginástica de R$ 9 mil, que deveria ser compro e enviado por um lobista. O aparelho chegou a Porto Nacional, seu trânsito no estado até ser entregue numa fazenda do prefeito foi monitorado também pela PF. Em síntese, a matéria jornalística tenta mostrar como Raul Filho agiu, em parceria com outros servidores da prefeitura para beneficiar uma empresa numa licitação. E de como teria levado vantagem nisto.

Em nota, ontem, 1º, o prefeito-candidato negou, e tentou atribuir à manipulação política a publicação da matéria, que para ele -  deveria correr em sigilo de justiça. Resumindo, Raul disse que o associado do lobista é um amigo, que faz compras com regularidade para ele sua família em Goiânia.

Longe de mim querer julgar o prefeito antes da justiça. Mas para quem se arvora num exemplo de boa gestão dos recursos públicos, e assume postura tão agressiva nos debates para demonstrar que é a melhor opção, parece faltar prudência. O PT em Palmas, desde esta operação João de Barro, tem telhado de vidro, e telhado trincado.

A Polícia Federal não costuma sugerir o indiciamento de inocentes (e por que faria isso?), e o Correio Braziliense não é um jornaleco qualquer que circula de vez em quando vendendo manchetes para políticos em disputa pela eleição. O Correio é um ícone do jornalismo brasileiro. A matéria é oportuna. As acusações são graves, e o prefeito tem sim, que se explicar.

Roberta Tum

roberta@blogdatum.com

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