Dia do Jornalista: sobre a arte e os riscos de defender a sociedade todos os dias

No dia do jornalista, um pouco de reflexão sobre esta profissão melindrosa onde a palavra é ferramenta somada às imagens e sons, que usamos para levar a informação. Esta que ao lado da educação, é poderosa arma para mudar o mundo....

Jornalista é aquele cara chato. Não tem jeito. É o sujeito que quando é bom no que faz, invariavelmente incomoda. É o cidadão que mesmo sendo amigo, não pode preservar os amigos, sob pena de torrar o próprio filme e ir caindo escadaria abaixo no conceito da profissão.

Jornalista-chefe então é alguém super insuportável. Se for bom. Por que jornalista bom, em chefia, é aquele super exigente, que quer que sua equipe seja melhor que as outras e principalmente, melhor do que foi ontem.

Jornalista-assessor então só é bom se for cri-cri. Daqueles que não têm medo de dizer para o assessorado as verdades incômodas que normalmente ele não quer ouvir. Jornalista de assessoria bom é o que assessora mais a imprensa que o próprio patrão, por que está ali para facilitar o acesso à informação. Mesmo que seja para passá-la igual a uma pílula dourada: amarga, mas bonitinha.

Jornalista repórter lá na ponta é aquele sujeito que literalmente “rala”. Normalmente não vive o lado glamour da profissão antes dos 40. E quando chega a esta idade está cansado demais para competir com os bonitinhos e bonitinhas (recém-saídos da universidade) que inundam as redações. Principalmente a das TV’s, sonho de consumo de nove entre 10 formandos.

Já escrevi aqui uma vez que médico ganha agradecimentos e presentes, advogado faz fortuna com três boas ações, e jornalista... Ah, jornalista quando é bom, ganha ameaça de processos. Raramente recebe flores e bombons, e o máximo que ganha é uma vez por ano, claro, agendas e canetas estilizadas.

Seriedade, dedicação, disciplina: a marca dos melhores

Falo nesta manhã sobre jornalistas para homenagear os bons jornalistas tocantinenses. Sérios, honestos, como deveriam ser todos, em todas as profissões. Homenagear os que envelhecem muitas vezes sem os 15 minutos de fama merecidos, mas disciplinados e constantes como um bom relógio: sempre lá na hora certa.

Na nova geração, talentos excepcionais vão surgindo na arte de “farejar” a notícia e procurá-la com seriedade e compromisso com o leitor. Na fábrica de talentos que são as redações, chegam melhor os que tiveram boa formação básica nas universidades. E aí há que destacar os mestres do Ceulp/Ulbra e da UFT, que estão por aí esmerilando pedras raras. A eles deixo o reconhecimento em nome da mais exigente das que conheci: a mestra Valdirene Cássia, por quem passaram centenas de acadêmicos nos últimos anos.

Não dá para falar todos os nomes aqui, por que são muitos, mas há os que pela forma como agiram e por estarem onde estão já não poderão ser esquecidos num livro de história da imprensa do Tocantins.

Tião Pinheiro, Cléber Toledo, Luiz Armando, Salomão Wenceslau, Ruy Bucar, Maria José Batista, Jocyelma Santana, Késia Reis, Glês Nascimento. Valéria Kurowski, Edlusa Portela, Jocélia Costa, Wanja Nóbrega. Darlan Andrade, Celi Camargo, Ivonete Mota, Wagner Quintanilha. E com eles tantos outros com câmeras e filmadoras nas mãos, sem os quais nada seria possível: Elciomar Lino, Marcel, Márcio di Pietro. É tanta gente que eu poderia passar o dia inteiro citando nomes. E ainda cometeria injustiças. Por isso vou logo parando por aqui.

A todos os jornalistas que exercem com sentimento e dedicação suas profissões, parabéns! À minha equipe em especial, feliz dia do Jornalista! Todos os dias são nossos. Todo dia é preciso matar o leão do dia. Tomara que num destes, não tão distante, esta profissão chegue a ter o valor que merece.

Informação e Educação: as duas ferramentas que têm o poder de mudar o mundo. A primeira delas, somos nós que manuseamos, como arma afiada que requer cuidado, pelo poder que tem de defender a sociedade e de aniquilar reputações, dependendo do uso. Então vamos lá, ao desafio de fazer bem feito, sempre!

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