O enredo da mentira, ou: como a Carta Capital se presta ao mau jornalismo em defesa sabe-se lá do quê

Amigos, cheguei! Informo aos que gostam deste Site que estamos na Carta Capital da semana. É uma mentira o que se lê no parágrafo que cita a mim e a este veículo na reportagem assinada por Leandro Fortes. Mas, se for ouvir o que diziam os antigos: &q...

Estamos acusados - eu e este portal de notícias – na revista Carta Capital, de ter tido acesso a informação privilegiada sobre inquérito sigiloso envolvendo “a PF e o STJ”. Tentei entender o que o jornalista quis dizer, mas confesso que não consegui, já que a matéria mistura a Operação Maet - da qual tivemos conhecimento pela TV Anhanguera, primeira a chegar na quadra da desembargadora Willamara Leila, onde a PF fechou a rua – com um processo(ou mais de um) que corria antes, bem antes, no CNJ contra o desembargador Liberato Póvoa por suposta comercialização de sentenças.

O que Leandro Fortes não sabe – mas se tivesse se dado ao trabalho de me telefonar num dos números disponíveis na área de contato desta página, saberia – é que as denúncias contra o desembargador por aqui são antigas. Vejam bem: são anteriores e muito à Operação Maet. Há cidadãos comuns, sem influência política, que sentindo-se prejudicados por decisões do desembargador, já vinham reclamando antes. Uma delas, uma mulher,pessoa comum, sem mandato, e minha amiga – de quem preservo o nome por que isso em jornalismo se chama preservar a fonte – me confirmou lá atrás, naquela época, que moveu ação neste sentido contra Liberato. E olha: bem antes das eleições.

O enredo da mentira confunde assuntos e datas

Quando se quer contar um mentira, detalhes como datas por exemplo, podem ser esquecidos e passar batido. É o que se depreende da mistura que a reportagem de Carta Capital fez com os dois assuntos: Operação Maet e processo do CNJ (nada a ver com STJ e Polícia Federal, senhores) que avaliava o comportamento específico do desembargador Liberato.

Vejam este trecho da matéria da revista que relata uma nota que a senadora Kátia Abreu teria distribuído à imprensa, dia 15 de setembro - e que também teria chegado a emails de dois magistrados tocantinenses - informando que iria ao CNJ: “Em seguida, a informação foi replicada no site da jornalista Roberta Tum, de Tocantins, espécie de porta-voz informal da senadora. Sob o título "Os três passos de Kátia em Brasília", o texto repete os termos da nota à imprensa enviada pela parlamentar à dupla de magistrados e afirma que a verdadeira investigação do CNJ diz respeito à venda de sentenças judiciais. Aliás, informação que a jornalista só poderia ter em mãos se tivesse tido acesso ao inquérito mantido sob sigilo pela PF e pelo STJ. Ou se alguém tivesse lhe contado.”

Vejam que o jornalista misturou alhos com bugalhos e antecipou em pelo menos dois meses (de dezembro a setembro) a tal Operação Maet. Seria assim uma coisa hilária, se não fosse a evidência de - à custa da mentira - tentar diminuir e apequenar este veículo de comunicação que, sabem bem nossos leitores, não poupa ninguém.

Desafio Leandro Fortes, Carta Capital e o tal Dr. Nathanael (advogado de Liberato), que parece ser a fonte do repórter para imaginar quem é porta voz de quem na imprensa tocantinense, a demonstrar evidências - para não pedir provas - de que forma tive acesso a informações privilegiadas da PF, do STJ, ou de quem quer que seja sobre a Operação Maet.

O que disse o artigo deste Site sobre o processo do CNJ

Informação privilegiada, é aquela que antecipada, permite a alguém lucrar com alguma coisa. Qual o lucro aqui, se minha primeira reportagem sobre a operação que sacudiu o Judiciário tocantinense é de 8h55 do dia 16 de dezembro? E no meu caso não há um post de twitter que sirva como subterfúgio para uma trama imaginária, como fizeram ao Blog do Luiz Armando, aproveitando-se da ligação empregatícia dele - de meio expediente - com a senadora Kátia Abreu, como se por isso ele deixasse de ser jornalista e de ter opiniões, diversas inclusive das dela em muitos casos.

Meu artigo ao qual Carta Capital se refere não tem o título que Fortes cita, e trata da questão neste trecho: “Terceiro ato: A senadora foi ao CNJ e em audiência com a corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, pediu agilidade na análise de denúncia que corre por lá contra o desembargador Liberato Costa Póvoa. A acusação é de venda de sentença. Mais que isso não se consegue saber, por que o assunto corre em sigilo de justiça. E novamente Kátia abre baterias: “Tenho direito de dormir tranquila sabendo se isto está ou não acontecendo no meu Estado. Venda de sentença é coisa muito séria, e nos traz insegurança quanto à justiça”.”

Quem leu entendeu que não há nada de sigiloso numa ida da senadora à Corregedora do CNJ, pedir agilidade em um processo conhecido dela, e até então apenas de parte da sociedade tocantinense - especialmente os que se sentiam prejudicados pelo suposto comportamento do magistrado – e que entre aspas está a fala da senadora, comentando o assunto.

Sobre fontes, amigos e informações antecipadas

O jornalismo no Tocantins tem evoluído bastante após o crescimento dos veículos de web no Estado. No final deste mês o Site Roberta Tum completará dois anos no ar. Em janeiro passado registramos nosso maior pico de acessos: 2 milhões, 312 mil 476  páginas exibidas, conforme o Google Analythics. Foram 575.929 visitas no mês de posse do governador e secretariado. Em fevereiro, os números vieram menores em razão dos feriados de carnaval,e dos dois dias úteis a menos, mas ainda assim nossa média de IP’s,  é superior a 11 mil/dia, com picos de 16 mil Ip’s entre segunda e quinta-feira, dias mais acessados da semana.

O que nos faz ser um site de referência no jornalismo tocantinense, é justamente fugir dos rótulos dando voz à todas correntes políticas, lideranças e tendências.

As fontes mais “privilegiadas”, até por uma questão de tempo e do prestígio que seus veículos têm, são da Organização Jaime Câmara. Quando querem dar visibilidade aos seus atos, polícia, TJ, Ministério Público, PF invariavelmente ligam para a TV Anhanguera primeiro, para o Jornal do Tocantins em seguida e só depois para nós.

Mudar esta realidade no interior do Brasil, não é coisa fácil. E o colega Leandro Fortes - que me citou sem sequer me dar a chance de rebater o veneno que plantaram na sua redação - com certeza não sabe disto.

Leia abaixo a matéria da Carta Capital:

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