Pesquisa sobre teatro tocantinense imortaliza a arte e grandes nomes de nossa cultura

Bodas de Sangue (Marcélia Belém e Suzana Saldanha)
Descrição: Bodas de Sangue (Marcélia Belém e Suzana Saldanha) Crédito: Divulgação

O teatro realizado no Brasil entre os anos 80 e 90 é escasso de documentos, e os poucos registros apresentam aspectos mais pontuais, ou seja, não contemplam um panorama mais amplo do fazer teatro nacional.

 

Assim como no Brasil, no estado do Tocantins não é diferente, por isso, ao constatar a ausência de documentos históricos sobre o teatro feito no estado, tornou-se uma provocação e uma obrigação trilhar os caminhos que direcionam para o reconhecimento e a construção de registros da história e do fluxo da cadeia teatral tocantinense.

 

Pensando nisso, foi realizada uma pesquisa e produção de documentário que mostra a trajetória e pioneirismo de vários grupos teatrais, de diferentes épocas e regiões do estado, através de entrevistas e relatos, que narram os desafios, ativismo cultural e dificuldades que, somados, forjaram um belíssimo acervo da dramaturgia do Tocantins; uma viagem no tempo, de resgate à memória do teatro regional.

 

Para isto, foi considerada a importância da história dos grupos de teatro em seus municípios e, como consequência, este material irá contribuir com a Construção da Memória Teatral e com ampliação da Memória Cultural do Estado do Tocantins.

 

Uma iniciativa do Instituto Amazon, com apoio através do EDITAL Nº 22/2020/GABPRES/ADETUC, de 04 de dezembro de 2020, Edital Emergencial do Tocantins – Teatro, em que doze companhias teatrais participaram da pesquisa, dirigida pelo ator Juliano Gomes, que viajou pelos principais localidades artísticas do estado, ao encontro de atores e atrizes consagrados, para ouvir os depoimentos daqueles que brilharam e brilham desde o período de censura do país, em que se havia a necessidade de burlar, as vezes, o sistema, para garantir o exercício daquilo que mais amavam fazer: o teatro. Foi o caso do grupo  “Gramte Grulhões & Grinfas”, que surgiu na década de 70, na então cidade “Paraíso do Norte de Goiás” (ainda não havia o estado do Tocantins), se tornando o primeiro grupo de teatro da cidade, que, para fugir da censura, usava a palavra “Grulhões”  ao invés de “Grilhões”.

 

A pesquisa e o documentário também apresentam relatos e participações de nomes do teatro tocantinense que já partiram, porém, deixaram suas marcas em importantes espetáculos, como é o caso da atriz Marcélia Belém, que faleceu em 2021. Atriz de talento excepcional, Marcélia atuou durante mais de trinta anos na companhia Chama Viva, grupo de teatro que foi fundado na década dos anos 1980, e que participou de diversas peças, como: “O desejado” , “Sacra Folia”, entre outras obras,  chegando a realizar turnês em diversas cidades e estados, sempre com uma proposta de fortalecimento do teatro local.

 

Para o ex-presidente da Associação de Teatro do Médio Norte Goiano – Atemeg, o Chama Viva, companhia que acolheu Marcélia por muitos anos, é umas das maiores referências do teatro do norte e centro oeste brasileiro. Em entrevista, chegou a afirmar que: “o Grupo Teatral Chama Viva foi um agente catalisador e agregador de grandes resultados”.

 

O documentário “Pesquisa e memória do teatro tocantinense” está com lançamento previsto para abril/2022, e promete ser uma obra que, certamente, causará muita emoção para os amantes desta arte que faz dos palcos um lugar especial.

 

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