Plano de Saúde: o bem que faria a concorrência entre prestadoras em Palmas e todo Tocantins

Enfrentar a romaria de hospitais e pronto atendimento públicos não é para qualquer um: é só para quem tem coragem, necessidade extrema e que- na hora da agonia - não tem outro meio para socorrer a si mesmo ou aos seus.Nesta semana duas notícias mexer...

O governo do Estado decidiu aproveitar o vencimento do contrato com a prestadora de serviços de Saúde aos servidores, a Unimed, para rever preços e condições de atendimento. Alguns entenderam como perda de direitos. Por enquanto, não é. É preciso entender que mudou o governante, e muitos dos serviços que vinham sendo prestados ao Estado continham margens de lucro duvidosas, e destinadas a outros fins, se é que me entendem.

Não sei se é o caso do plano de Saúde, que pessoalmente acredito que não, por ter debatido o assunto durante aquela crise do ano passado, com médicos e gente de administração hospitalar do setor. O PlanSaúde vinha trabalhando com tabelas defasadas há anos. O mau atendimento acontece invariavelmente quando o profissional tem que atingir uma meta em quantidade de atendimentos para fazer jus a um ganho mínimo.

Consultas caras X atendimento ruim

Exemplo? Paga-se por consultas particulares em Palmas quantias absurdas, que variam de acordo com a especialidade. De R$ 150,00 a R$ 400,00, tem para todos os bolsos e necessidades. São altas, realmente. Mas o que dizer de uma consulta pelo plano custar R$ 40,00. É justo? Acredito que não.

O momento de parada que o governo quer fazer é importante para discutir preços e qualidade do atendimento. Para o servidor público, o plano vem sem reajuste já há bastante tempo. É um oásis ser funcionário público no deserto que é mendigar atendimento em saúde em Palmas. E olha que os trabalhadores da iniciativa privada, mais autônomos e sub-empregados são maioria.

Servidores públicos ainda têm, outros trabalhadores ainda sofrem

Os servidores do município, que não tinham plano, agora conquistaram o seu. É um avanço que ainda não chegou para a maioria das empresas. Recolhendo para a previdência, a maioria dos trabalhadores do comércio se vê obrigada a enfrentar o atendimento do SUS. Que todos nós sabemos bem como anda no Brasil, e aqui pertinho, no interior e na capital do Tocantins.

Diferente de Goiânia, cidade que tem na sua região metropolitana praticamente a população de todo Tocantins, Palmas carece de oferta a preços razoáveis. O problema é que faltam especialistas, e o número de médicos que optaram por viver sob o tórrido calor de 40º ainda é insuficiente para levar a uma concorrência saudável, que estimule, inclusive, o surgimento de planos alternativos de baixo custo para a iniciativa privada.

O que aconteceu nos últimos anos foi que a Unimed “engoliu’ a praça de Palmas e ficamos todos praticamente sem opção. É natural portanto que o governo ponha o pé no freio e chame para negociar. O que precisa, no meu entendimento, é abrir concorrência. E vamos ver quantas empresas não gostariam de vir para cá disputar este mercado novo e interessante.

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