Salve o lindo pendão

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Estamos na reta final. Últimos dias de campanha. Tudo isso me vez lembrar o exato momento em que me dei conta do que era marketing político. Foi na campanha do PT, quando nosso Presidente foi eleito. As mensagens transmitidas nos programas petistas, sob a direção do publicitário Duda Mendonça, chamavam atenção para cenas fortes de uma realidade que todo mundo conhecia. No final: “Se essa cena mexeu com você...então você é um pouco PT...”

Quem não se lembra disso? Uma trilha sonora, uma fotografia perfeita transformava a cena em algo que parecia distante...Parecia não fazer parte do dia a dia brasileiro. Eu mesma cheguei a pensar que “eu era também um pouco PT”. Tentei, inutilmente, me convencer que aquilo fazia parte de uma estratégia. Não adiantou...fui seduzida pela campanha publicitária petista. O poder de criação de um gênio me conquistou.

Tento então, entender o que acontece por aqui. Cidade de Palmas, 18 horas. Rotatórias da JK. Jovens empunham bandeiras e gritam nomes de candidatos. Tudo isso numa frieza absoluta.  Não existe a emoção, não existe o sentimento. Sabemos quanto cada um ali ganha para empunhar uma bandeira por algumas horas. Por um lado é bom. Diminui a taxa de desemprego. Mas estamos falando de conquista de voto. Parei para olhar aquela cena colorida. Uma senhora parou ao meu lado e disse: “Será que alguém vota num candidato pela quantidade  de bandeiras que ele coloca numa rotatória? Isso é “desdenhar” do povo” E é assim que me sinto. Com saudades das verdadeiras bandeiras, Daquelas que balançávamos como se balança a bandeira de um time de futebol. Com amor, com paixão e, sobretudo com esperança. Sinto falta do grito do nome do candidato. Aquele grito que vinha do fundo da alma.

Não sinto isso nem mesmo naqueles que não são contratados. Acabou mesmo o idealismo, foi-se a esperança. Talvez por conformismo, por falta de amor ao próximo, por covardia ou por simples indiferença.. Não sei qual deles é o pior sentimento.

Queria ter vivido os anos dourados, queria ter empunhado com mais vigor a bandeira daqueles em quem eu acreditava. Queria ter gritado por esperança. Hoje procuro evitar as rotatórias de Palmas. Busco analisar propostas, sem paixão e com pouca esperança.Busco por ai um candidato que me faça vibrar novamente.

Quem sabe algum deles prometa diminuir um pouco o calor que anda fazendo...

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