Sem preocupação em ser pop, Dilma puxa as rédeas lá, de uma gestão que tem repercussões aqui

Nunca fui petista, lulista e muito menos dilmista. Por isso fico à vontade para - tirando os olhos do "nhen nhen nhen" da política local que não anda na Assembléia do Tocantins - apontar as ações da presidenta Dilma Rousseff que estão sinal...

Passeando pela política nacional, cenário que a gente raramente observa, de tão mergulhados que estamos na nossa vidinha local, feita dos discursos do deputado Aragão, de um lado misturados aos arroubos do Bonifácio de outro, abro um parêntese hoje para uma observação interessante a analisar. Dilma Roussef - omelete na Ana Maria Braga à parte – já começou a mostrar ao que veio. E é uma surpresa boa a forma como age lá, com conseqüências também aqui.

Vejam a criação desta Secretaria de Aviação Civil, através de uma Medida Provisória no Diário Oficial da União do último dia 18. É uma nova pasta, com status de ministério, que vai controlar o Fundo Nacional de Aviação Civil. Pra dentro dela, vai também a Infraero. E a secretaria vai ficar ali, bem ao lado - e sob as vistas - da presidenta.

Quem não se lembra dos recentes problemas na área da aviação? Problemas que a nova gestão vai se propor a resolver. É um ato de coragem e claro, de centralização num lugar só, das ações e decisões.

Nos bastidores, em Brasília, estilo agrada

O caso é que a presidenta vem demonstrando estilo e vida própria. É uma coisa meio “dama de ferro”, mas pelo que se ouve de fontes em Brasília, agrada até adversários que querem mais seriedade e coragem do governo no enfrentamento dos problemas. História que vai virar lenda pela forma que também circula nas rodas políticas foi a forma como Dilma resolveu o problema da aprovação do mínimo.

Dias antes da votação, chamou os ministros e deu ultimato. Como votariam os partidos que os indicaram? Perguntou. E diante das respostas deixou claro o que queria, e que não aceitaria repostas dúbias. Quem fosse governo, que se mostrasse. Quem não fosse, entregasse os cargos.

Deu no que deu: mínimo controlado pelos próximos quatro anos, sem precisar de novo aval do Congresso. Negociação dura, direta e sem mensalão, ou mensalinho.

Podem dizer que ainda está cedo. Pode-se até pensar que dureza demais atrapalha. Mas esta semana tem mais. Está na praça a notícia de uma MP que vai dar ao Planalto liberdade para contratações com dispensa de licitação em alguns casos. É inédito. Vai de novo dar superpoderes ao executivo para resolver rápido algumas questões.

Com jeito de quem veio para adotar as medidas que forem necessárias a fim de corrigir o rumo em diversos setores da administração pública, Dilma Roussef parece pouco preocupada em atingir os índices de popularidade de Lula. Está mais atrás de resultados. Que coisa boa, não?

São os ares do novo comando que o Brasil experimenta há menos de três meses da posse da primeira mulher na presidência. Para quem acha que isso está muito distante daqui, é bom lembrar que o Tocantins não fica fora do mundo.

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