Última semana requer reforço no policiamento

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Nos últimos dias fui arrastada para dentro do turbilhão que tem sido a disputa político partidária deste ano em Taquaruçu. Sinceramente, não era o que eu queria. Desde o começo tenho tentado agir com a máxima imparcialidade possível na cobertura desta campanha. Me esforcei para enxergar todos os grupos na disputa sem preconceito. Fiz de conta que não era moradora de Palmas, mas um ser alienígena morando numa bolha de sabão, observando tudo à distância, para garantir uma isenção e impacialidades ideais.

Não funcionou.No primeiro mês de campanha fui aos eventos de todas as coligações.Convivi de perto com todas as claques, cobri os três primeiros debates, e por último, o da Ulbra. Sempre analisando os fatos com os olhos "de fora". Agora, na última semana, faltando poucos dias para a eleição, um balanço mostra o quanto as relações pessoais se deterioraram ao meu redor, numa velocidade assombrosa nos últimos 15 dias.

Só seria diferente se eu fechasse os olhos para os fatos que ocorreram bem debaixo do meu nariz.Que me desculpem os que idealizam uma cobertura jornalística amorfa, mas não dá. Aqui tem ocorrido com frequência, oferta de vantagem em troca de voto.

Reuniões seguidas de churrascos, e churrascos seguidos de comícios, como no assentamento Entre Rios este fim de semana, onde seis vacas morreram para matar a fome de centenas de pessoas antes da movimentação da Coligação Força do Povo no sábado. Como jornalista não é polícia, me limito a observar. Mas a falta de aparelhamento, ou até de pessoal para fazer a fiscalização do cumprimento da lei eleitoral deixou a campanha à deriva em Taquaruçu.

Panfletos nas ruas de madrugada, panfletos na praça à luz do dia, troca de farpas de lado a lado. Tudo isso é fruto do embate entre três grupos fortes,onde cada um joga com as cartas que tem. Quem começou em terceiro, disposto a vencer as eleições a qualquer preço, faz o jogo mais agressivo desde o começo. Que o diga os que apanharam no confronto entre a carreata do 13 e a caminhada do 43 no Aureny.

Faz tempo que as coisas passaram de todos os limites nas eleições em Palmas. E já é hora das autoridades constituidas tomarem providências sérias para garantir a paz nas ruas e o equilíbrio nas urnas no dia 05 de outubro.Antes que morra alguém, é preciso reforçar o policiamento e garantir a segurança das pessoas neste lugar e em toda a cidade.

É bem fácil estar ao lado de quem está na frente nas pesquisas. É muito cômodo se aliar a quem parece estar com a eleição ganha. Coragem, é defender o que se acredita o tempo todo, independente de qual possa ser o resultado das urnas. Isso é pra quem tem peito.

Dentro de uma semana, tudo se acalmará. Na próxima segunda-feira, a vida continua, e as pessoas estarão frente a frente com os excessos que cometeram neste período. Eu, de minha parte, estou com a consciência tranquila. Tenho procurado agir como cidadã atenta e profissional em busca de ocupar seu espaço.

Não sai de casa para agredir ninguém, ao contrário. Só relatei aqui os fatos que vi, e as coisas que vivi. Não vou me desculpar por isso. Faz tempo que a ditadura acabou no Brasil, e no Tocantins.

Roberta Tum

roberta@blogdatum.com

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