Marcelo Queiroga afirma em CPI que Brasil precisa fortalecer produção de insumos

O Ministro da Saúde disse em seu depoimento na CPI da Pandemia nesta quinta-feira, 6, que o Brasil não pode ficar refém de outros países

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira, 6, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado que o Brasil não pode ficar “refém” da importação de insumos estratégicos para a produção de vacinas contra a Covid-19. Para que isso não ocorra, o médico insistiu na necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o que também se estende ao complexo industrial.

 

Ao falar sobre o elevado número de óbitos de pacientes internados com o vírus, Queiroga destacou a necessidade de preparar melhor os profissionais de saúde e comentou sobre a importância de aprimoramento dos serviços de telessaúde e do compartilhamento de conhecimentos entre os hospitais.

 

Indagado por parlamentares sobre um cronograma definitivo da vacinação no país, o ministro da Saúde disse que a agenda é atualizada semanalmente a partir de uma série de variáveis como atrasos na entrega de insumos e de doses prontas. Para Queiroga, é preciso fortalecer a produção do Instituto Butantan, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conseguir mais doses prontas para acelerar a vacinação do grupo prioritário e partir para a imunização da população como um todo.

 

O ministro também voltou a criticar a inclusão de novos grupos para vacinação por estados e municípios, sem o aval da União, sob pena de desarmonização do Plano Nacional de Imunização (PNI).

 

Marcelo Queiroga reconheceu que há uma divisão na classe médica sobre a adoção ou não de um tratamento precoce da covid-19. Diante disso, afirmou que a pasta está reunindo a opinião de diversas sociedades científicas sobre o tema para chegar a um consenso e “pacificar” a questão. A partir desse levantamento, um protocolo com diretrizes sobre o assunto será colocado em consulta pública para deliberação das autoridades o mais rapidamente possível.

 

Vencida essa etapa, o ministro disse que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), responsável pela definição de protocolos clínicos, terá 180 para definir uma conduta, mas que frente à urgência da medida, vai pedir que a deliberação seja tomada o mais brevemente possível. Apesar disso, o médico considerou que a questão do tratamento precoce não é decisiva no enfrentamento à pandemia, segundo ele, a vacinação e medidas não farmacológicas são mais importantes.

 

Depoimentos

 

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, também seria ouvido hoje pela CPI. Mas, diante do grande número de inscritos para fazer perguntas ao ministro da Saúde, o colegiado decidiu reagendar a ida de Barra Torres ao Senado para a próxima terça-feira, 11.

 

Como cada senador tem cinco minutos para fazer perguntas mais 10 minutos para réplica e tréplica, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), avaliou que será impossível ouvir mais de uma pessoa por dia e que esse esquema terá que ser reavaliado.

 

Pelo novo cronograma, na quarta-feira, 12, será a vez de a CPI ouvir o ex-secretário de Comunicação do governo Fábio Wajngarten. Na quinta-feira, 13, a comissão ouvirá o representante da Pfizer, de manhã, e o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, na parte da tarde.

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