Cidades com medidas mais duras durante pandemia recuperam melhor a economia

Questionamentos dos pesquisadores para fazer o estudo foram sobre as consequências econômicas de uma pandemia de influenza e, dada a pandemia, quais os custos e benefícios econômicos das intervenções.

Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 26, pela Social Science Research Network (SSRN), mostra que cidades que realizaram intervenções preventivas mais agressivas durante uma pandemia, tiveram uma recuperação econômica melhor. A SSRN é uma revista internacional dedicada à rápida disseminação de pesquisas acadêmicas nas ciências sociais, humanas e outras.

 

O estudo, realizado pelos pesquisadores Sergio Correia, Stephan Luck, e Emil Verner e que tem como título “As pandemias deprimem a economia, as intervenções de saúde pública não: evidências de 1918”, analisou os impactos da gripe espanhola que também teve alcance mundial.

 

De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesq) essa pandemia teve um impacto devastador: infectou cerca de 500 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da população mundial na época, e matou entre 25 milhões e 50 milhões, em geral com 20 a 40 anos, de 1918 a 1920.

 

Informações da pesquisa

 

Os questionamentos feitos pelos pesquisadores para realizar o estudo foram sobre as consequências econômicas de uma pandemia de influenza e, dada a pandemia, quais os custos e benefícios econômicos das Intervenções não Farmacêuticas (INF).

 

Como amostra, eles utilizaram a variação geográfica na mortalidade durante a Pandemia de Gripe de 1918 nos EUA. “Descobrimos que áreas mais expostas experimentam um declínio acentuado e persistente na atividade econômica. As estimativas sugerem que a pandemia reduziu a produção industrial em 18%. A desaceleração é causada pelos canais do lado da oferta e da demanda”, diz o estudo.

 

A partir daí foi realizada uma comparação das informações obtidas com a literatura epidemiológica. Este acervo estabeleceu que as Intervenções não Farmacêuticas (INF) diminuíram a mortalidade por influenza. Portanto, foi usada a variação no tempo e a intensidade das INFs nas cidades dos EUA para estudar seus efeitos econômicos.

 

Pós-pandemia

 

“Descobrimos que as cidades que realizaram intervenção mais cedo e de forma mais agressiva não apresentaram desempenho pior e cresceram mais rapidamente após a pandemia. Nossos resultados indicam, assim, que as Intervenções não Farmacêuticas não apenas reduzem a mortalidade; elas também mitigam as consequências econômicas adversas de uma pandemia”, conclui a pesquisa.

 

Para acessar este Estudo na íntegra basta clicar no link: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3561560

 

Tocantins

 

No Tocantins, após uma forte política de isolamento domiciliar realizada pelo Estado e Municípios, sob orientação do Ministério da Saúde (MS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) e com poucas testagens efetivamente realizadas, apenas 8 casos foram confirmados até esta sexta, 27.

 

Após a pressão de setores comerciais, alguns municípios afrouxaram as regras de abertura dos comércios, como Araguaína, Paraíso do Tocantins e Guaraí. Em Palmas, houve carreata promovida por representantes setoriais, pedindo revisão nos decretos publicados Prefeitura de Palmas. As consequências disso podem ser negativas, como prova o estudo.

 

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