Conheça histórias de mães que venceram a Covid e terão domingo especial com filhos

Elas trazem relatos de suas histórias de superação em Araguaína diante da doença

Crédito: Divulgação

A Assistente administrativa Adriane Araújo, de 35 anos, a autônoma Shirlene Bezerra, de 45 anos, e a artesã D’Ane Oliveira, de 39 anos, todas de Araguaína, são mães que venceram a Covid-19 e poderão passar o Dia das Mães com seus respectivos filhos. A data é comemorada neste domingo, 9. Confira abaixo os relatos que fazem parte de uma série de reportagens realizada pela Prefeitura de Araguaína: 


 

Adriane Araújo é casada e mãe de dois filhos. Passou pela experiência de contrair a doença aos sete meses de gravidez. Ela conta que teve que fazer às pressas uma cesariana, foi internada na UTI (unidade de tratamento intensivo) e ficou 21 dias sem ver o filho pela primeira vez.

Dias antes do parto, realizado em fevereiro deste ano, Adriane começou a sentir dores no corpo, principalmente nas costas, quando  o assunto principal era o avanço da pandemia e o aumento do número de casos de covid-19 em Araguaína. Ela conta que não ficou preocupada com os sintomas, pois acreditou que fossem devido ao tempo de gravidez e realizou exames para descartar outras doenças.


 

Como os exames iniciais deram negativos e o mal-estar persistia, uma febre inesperada foi o gatilho que ela precisava para Adriane procurar o atendimento médico. Foi atendida na UBS (unidade básica de saúde) e logo em seguida encaminhada à unidade de referência para realização do exame de covid-19. “Tirei sangue e fui orientada a retornar para casa. Três dias depois recebi ligação da Vigilância Epidemiológica informando que o exame deu positivo” disse. 


 

“Em minha cabeça, eu seria medicada e retornaria para casa, já que ainda não tinha chegado a data do parto. Foi uma surpresa quando, na noite seguinte à internação, os sintomas se agravaram e comecei a sentir muita falta de ar, a tossir e me informaram que eu seria encaminhada para a UTI, aí eu me desesperei”, desabafou a mãe.


 

Para a autônoma Shirlene Bezerra, mãe de quatro filhos: Rafael Loiola, de 25 anos; Ângelo Davi Loiola, de 22 anos; Emanuel Loiola, de 15 anos e da filha adotiva Maria do Socorro Bezerra, de 32 anos, a doença chegou em março. 

Com 75% do pulmão comprometido devido à doença, ela passou 30 dias internada na UTI do Hospital Municipal de Campanha de Araguaína. “Tudo aconteceu muito rápido, quando meu estado de saúde começou a piorar ainda em casa, eu acordei meu marido durante a noite e pedi por ajuda, para que ele chamasse a ambulância, pois eu já não conseguia respirar. A sensação é de se afogar no seco”, contou Shirlene.

 

Durante o período de internação, a família da autônoma fez correntes de oração na frente do hospital, enquanto dentro da unidade ela conta que passou por momentos difíceis e lamentava não ter se despedido dos filhos e do marido.

 

“Eu tive muito medo, ficava lembrando que não tive a chance de me despedir da minha família, ficava com medo de nunca mais vê-los. Quando melhorei, eu pude tomar um banho de sol, nesse dia minha família foi até lá e cantou para mim. Isso renovou minhas forças e eu decidi que sairia de lá viva”, disse.

 

Já D’Ane Oliveira, mãe de Joaquim Pietro, de 12 anos, e Maria Eliza, de 10, contraiu o coronavírus durante a recuperação de uma cirurgia e conta como foi precisar voltar ao hospital ainda debilitada para tratar a covid-19. Ela contou que precisou dar entrada no serviço de emergência hospitalar devido uma crise dolorosa no abdômen. Foi submetida à cirurgia para retirada da vesícula em 24 de março, recebeu alta e voltou para casa. Alguns dias depois, começou a sentir sintomas de covid-19, foi à unidade de referência e testou positivo para a doença sendo orientada a realizar o tratamento em casa.  

A artesã relatou que, com apenas 12 dias de pós-operatório, passou mal. “Éramos só nós duas, eu e minha filha, ali naquele momento, eu estava bem, levantei para tomar água quando tudo começou a descompensar. Notei tanto medo na minha filha tendo de procurar a vizinha para chamar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ver o desespero nos olhos dela foi um momento terrível na minha vida, me apavorei com o medo de morrer e deixar meus filhos”.

 

Segundo D’Ane, o SAMU chegou muito rápido e ela foi levada ao Hospital Municipal de Campanha, onde ficou internada durante 21 dias. “Voz de mãe é tudo. Porque minha mãe sempre temeu que algum de nós pegasse essa doença. O medo não era de sequela, era de morte mesmo, de deixar os que amamos. Foi nisso que pensei quando a equipe médica veio falar em intubação”.

 

Sobre os dias de internação, sete deles em intubação, D’Ane afirmou que teve muito medo. "É uma doença que não se explica, num momento você está bem, no outro pode estar numa cama de UTI respirando por meio de aparelhos", completou. 

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