Emocionada, Kátia apela para Lula contra discurso preconceituoso de Patrus

A senadora Kátia Abreu (DEM), presidente da CNA usou a tribuna do Senado na tarde desta quinta-feira em Brasília para responder declarações que considerou preconceituosas do ministro Patrus Ananias. O ministro falou para o público da Conferência de A...

A senadora Kátia Abreu (DEM) foi à tribuna do Senado Federal na tarde desta quinta-feira, 3, em Brasília para contrapor declarações dadas pelo ministro Patrus Ananias na última segunda-feira, 30, em uma conferência de Assistência Social. Nela o ministro de Lula teria feito declarações consideradas pela senadora como preconceituosas, em que generalizou ao dizer que o programa “Bolsa Família” ajudou o homem do campo a enfrentar seus patrões contra o trabalho escravo.

O problema – pontual - teria sido tomado pelo ministro como uma prática comum a todos os agricultores, o que incomodou Kátia Abreu e provocou o discurso emocionado, e que foi aparteado por vários senadores, em solidariedade aos produtores rurais, representados por Kátia.

“Preconceito da esquerda”

Atribuindo as declarações a um ranço preconceituoso da esquerda, a senadora Democrata pediu respeito à classe produtora do País, e lembrou relatório da ONU que afirma que de cada 5 pobres nos países em desenvolvimento, 4 estão na zona rural. “Isto é um reflexo da falta de políticas públicas para o campo. E eu não quero pessoalizar este debate. Isto não é um problema só do governo Lula, mas dos governos brasileiros nos últimos 20 anos”, sustentou.

A senadora atacou a infinidade de normas trabalhistas que segundo ela engessam o produtor rural. “São 246 normas trabalhistas para um cristão cumprir no campo. Querem determinar até a distância de uma cama da outra, do amarrio da rede”, disse ela. Ela criticou ainda a assistência à saúde e a falta de política educacional para o campo. “Há anos que a única política de governo para educação no campo é transporte escolar”, acusou.

 Apelando para Lula

A senadora afirmou que a classe rural está cansada de ser alvo do discurso preconceituoso de alguns ministros do governo Lula, e isentou o presidente da responsabilidade pelo que seus auxiliares têm dito. “Embora seja uma senadora de oposição, tenho que dizer que nunca vi o presidente Lula se referir com palavras desrespeitosas ou de baixo calão aos produtores rurais”, sustentou.

Ela apelou ao presidente para que seus ministros respeitem a classe produtora rural, que produz “30% do que se consome no mundo, e é tão desvalorizada no Brasil”. Segundo argumentou a senadora, ela “tem certeza”, de que Lula não quer ser lembrado como o presidente que “dividiu o campo”, mas como o presidente que governou para todos.

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