Instituto Sinai não ofertará leitos UTI em Araguaína: quando o preciosismo prejudica

A briga por insumos e serviços hospitalares ficou mais difícil em Araguaína, com a recomendação do MP ao Estado por uma solução que demandará mais tempo e a contratação de estrutura e pessoal

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Um representante do Ministério Público em Araguaína, sem dúvida bem intencionado, levantou questão sobre a contratação de leitos privados para tratar o Covid-19 na cidade, campeã em casos no Estado.

 

 

Para 5ª promotoria de Justiça de Araguaína, primeiro o Estado deveria esgotar a possibilidade de montar/ofertar leitos públicos, e sugeriu que isso fosse feito no HDT (Hospital de Doenças Tropicais da UFT).

 

A recomendação, feita no bojo de um processo administrativo há alguns dias, teve seu efeito inverso: o Instituto Sinai, que havia se inscrito em credenciamento público, após ser buscado como opção pela SES, comunicou ao secretário Edgar Tollini na segunda-feira, 29, que declina de participar do processo.

 

O motivo? Não quer ser alvo de comentários que provoquem "dissabores" ou venham macular a imagem da empresa.

 

O governo do Estado através da Secom, explicou ao Blog que o tempo para montar no HDT a estrutura necessária para os leitos UTI, seria superior a 60 dias. O custo também não seria baixo, diante da realidade do mercado hoje, com disputa de todos os estados da federação por equipamentos e insumos. Cada leito de UTI demanda a necessidade de 12 profissionais, que precisam ser contratados.

 

A mesma explicação foi encaminhada ao MP.

 

E agora, de quem é o prejuízo maior? Da empresa que segue seu ritmo e vai ofertar os leitos a quem puder pagar por eles, ou ao cidadão infectado pela Covid, que explode em Araguaína?

 

Este é um momento em que cabe aos instrumentos de controle de fato fiscalizar, para não permitir o desvio de finalidade, ou o superfaturamento na contratação de serviços e aplicação dos recursos públicos para o combate à pandemia.

 

Mas tem hora que o preciosismo demais atrapalha. 

 

Num momento de crise como este todos parecem ter soluções “mágicas” para resolver melhor do quem está na linha de frente decisória no Estado e nos municípios, mas não é assim.

 

A assistência médico hospitalar precisa chegar para todos. E cada dia que passa fica mais cara e mais escassa a oferta desses serviços para contratação pública ou privada.

 

 

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