Prevaleceu o bom senso

Cinthia Ribeira e Wanderlei Barbosa
Descrição: Cinthia Ribeira e Wanderlei Barbosa Crédito: Da Redação

O governador Mauro Carlesse (DEM)  retornou mais cedo de sua viagem de férias neste quente mês de julho e amanheceu a segunda-feira, 22, trabalhando no Palácio Araguaia.

 

A volta antecipada – estava previso retornar nesta terça-feira, 23 – foi marcada pela liberação da servidora pública estadual Cleizenir Divina dos Santos, que dirigia a Diretoria Regional de Educação de Palmas, para exercer as funções de secretária de Educação do Município da Capital.

 

A decisão denota bom senso e põe fim a todos os rumores e disse me disse que marcaram a semana passada, em torno de um desarranjo no Democratas, partido ao qual o governador se filiou recentemente. E que tem como expoente máximo, em nível nacional, a deputada Professora Dorinha, responsável pela indicação de Cleizenir.

 

Carlesse é governador e não tem interesse em sair do maior para o menor. Trocando em miúdos, sabe que em política se briga para cima e não para baixo. Ou, falando francamente, não tem entre seus desejos na política o cargo de prefeito de Palmas. Disputará o Senado no final deste mandato – vaga única – o que deve levá-lo a criar pontes e não implodi-las. 

 

O que coloca a curto prazo, seu vice-governador, Wanderlei Barbosa (PHS), na linha sucessória. Comenta-se à boca miúda nos bastidores que a prevalecer a intenção de Barbosa, que pretende sair para disputar a prefeitura de Palmas, o governador será Antônio Andrade (PHS).

 

Natural que com o caminho que tem pela frente – político e administrativo - o governador não alimente fogueira de vaidades nem se imiscua tão cedo na disputa eleitoral pelo comando da Capital. 

 

O que se viu nos últimos dias, de acordo com várias fontes que acompanharam a mini-crise de bastidores, foi o Estado, sob o comando do vice-governador Wanderlei Barbosa, retendo a liberação da servidora, que já estava nomeada no Diário Oficial do Município, apresentada à equipe e com ofício solicitando sua liberação ao governo.

 

Parênteses.

 

Na sessão solene que deu posse ao Senador Siqueira Campos semana passada, era notório o desconforto do deputado Carlos Gaguim (Democratas) com a prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB).  Não falou com ela nos bastidores e nem a teria cumprimentado adequadamente, preferindo dar todas as honras em seu discurso à ex-prefeita Nilmar Ruiz, também presente.

 

O que quer Gaguim, já está anunciado: a reserva do apoio do Democratas para Wanderlei Barbosa, numa eventual disputa do vice-governador pela Prefeitura de Palmas. Por isso “desautorizou” publicamente qualquer acordo de Dorinha com Cinthia. O que de pronto, gerou resposta ácida da deputada federal via imprensa.

 

Mas o deputado não sossega e nem se dá por vencido. No vôo de volta a Palmas, Gaguim podia ser ouvido no avião, fazendo planos. Enquanto conversava com o governador em exercício, traçava planos contra a prefeita: “ela só tem oxigênio ainda por que está perto do Eduardo (Gomes). Precisamos acabar com isso”, articulava com sua discrição. Nada usual...

 

 

No Paço Municipal, o azedume do deputado com a prefeita é atribuído ao fato de que Dorinha não fez acordo político passando por ele, nem que atendesse suas expectativas.

 

Fecha parênteses.

 

No período de interinidade, Wanderlei Barbosa fez movimentos interessantes para marcar sua passagem de vice para governador. Convidou e atendeu todos os veículos de comunicação que quiseram entrevistas exclusivas. Movimentou autorizações pendentes que lhe garantem popularidade em alguns nichos, visitou seu reduto político eleitoral para reforçar demanda antiga sua por uma escola de segundo grau em cima da serra.

 

Mas, corre à boca miúda, teria trabalhado também para tentar tirar o brilho do projeto que já caminha há pelo menos quatro anos no distrito em parceria com o Sebrae, o #destinotaquaruçu. Para tanto, movimentou um evento de última hora em Taquaruçu para divulgar um cadastro de empreendedores do trade turístico.

 

Ao Superintendente do Sebrae, Moisés Gomes, o vice teria feito cobranças sobre o suposto apoio dos recursos do Sebrae ao projeto, que atribui estar dando todo mérito político à prefeitura de Palmas.

 

Do Superintendente teria ouvido a explicação de que o projeto é antigo – ou seja, não foi concebido para dar dividendos políticos à prefeita Cinthia, que nem era prefeita quando o movimento começou – e que o Sebrae tem nele contrapartida de 40%. Ou seja: 60% de tudo que é investido, é pago pelo município.

 

Pelo visto esta é uma briga que vai longe e que começou cedo demais.

 

Se não faltarem visão e espírito público, a disputa pela preferência do eleitorado de Palmas pode até ser positiva para Taquaruçu em específico e para Palmas como um todo.


 

É o caso do belíssimo vídeo promocional que divulga o distrito e que circulou na semana passada, com o selo do Governo do Estado, mostrando da gastronomia aos atrativos turísticos de Taquaruçu. Algo que mexeu com a autoestima de moradores e comerciantes e que todo mundo compartilhou.


 

Fazendo coro à fala do próprio vice em sua passagem pela sessão solene que transferiu a capital por um dia para Taquaruçu no dia primeiro de junho passado: que seja uma briga para ver quem trabalha mais. Quem atende mais às necessidades do distrito, que por hora, são muitas. E vão da Segurança (dever do Estado) à Saúde (dever do município).


 

Taí uma disputa que seria bonita de se ver.

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