Um tal Léo Lins e a liberdade de avacalhar com mulheres, negros e pobres

O humorista que avacalhou as mulheres, o Taquari, Palmas e seus políticos, mas queria continuar a fazer palco para a misoginia no Teatro Municipal...

Crédito: Da Redação

O mundo virou um lugar louco. Com todo tipo de porcaria. Da música ao humor bizarro somos obrigados a conviver com mensagens toscas e repetitivas que colocam a mulher como objeto vil e abjeto. Mensagens de louvor à violência. Perseguição a gays. Avacalhação com pobres. 

 

 

 

No caso das mulheres, somos reduzidas a “cachorras”, “vacas” e outros adjetivos similares, num nível subterrâneo de tão baixo. O nível de parte dos seguidores do tal humorista Léo Lins no instagram, por exemplo. Mas, tem público para tudo. Tem quem goste e defenda que se possa dizer qualquer coisa em nome da... liberdade de expressão. E segue o bonde... 

 

 

 

A polêmica em torno do cancelamento da concessão do espaço do Teatro Fernanda Montenegro para o show do humorista Léo Lins marcado para o dia 12 fala um pouco sobre esse lugar que o nosso mundo também está se tornando. 

 

 

Léo Lins, na linha do seu “professor”, Danilo Gentili – condenado recentemente pelos excessos que comete em nome do humor - coleciona processos e se gaba de fazer “humor 100% negro”. O que será isso? É a utilização do termo “negro”, novamente de forma pejorativa. Mas tem quem goste, aplauda e defenda o direito do cidadão em questão dizer o que quer... 

 

 

É o caso do tocantinense que ganhou o mundo, o talentoso Paulinho Vieira, de quem tanto gostamos e apoiamos desde que fazia stand-up em reunião de colégio para chegar onde chegou. 

 

 

Diante da repercussão do cancelamento da cessão do Teatro Municipal para Léo Lins – que gravou o vídeo infeliz elencando tudo que considera motivos para que Palmas seja considerada “um inferno” - Paulinho foi ao seu Twitter defender que o colega comediante tem o direito de dizer o que quiser.  

 

 

Opa. Peraí. Será? 

 

 

Do Taquari, que no vídeo-convite do Show, o humorista se refere como o lugar onde nasceu a pedra de crack, chegou às redações uma nota de protesto e um pedido de retratação ao humorista. Taquari, um bairro formado em sua maioria por negros e pobres virou alvo fácil da piada preconceituosa do carioca branco, classe média que se acha o suprassumo da beleza nórdica... é de rir. 

 

 

A nota é assinada pela Associação Comunitária de Moradores. Na Câmara de Palmas, que está em recesso, veio a reação do vereador Gérson Alves (PSL). 

 

 

Diante do vídeo em que avacalha com a cidade, as mulheres, o Taquari e os políticos daqui, a Fundação Cultural entendeu de rescindir o contrato de locação do Teatro Municipal.   

 

 

Minha Opinião: fez certo. Um espaço público, não deve ser cedido para servir como palco à misoginia, ao preconceito. Se defende políticas públicas de inclusão e de valorização da mulher, a gestão da prefeita cometeria um contrassenso ao ceder espaço público para o humor tosco que o rapaz faz. 

 

 

 O erro, no meu entendimento, foi ter cedido. Que o “humorista”, faça seu “show”, num lugar privado. Onde quiser. Que vá ver, e pague por isso, quem gosta do estilo. 

 

 

Mas aí, ao manifestar essa opinião, mais reduzida, no Twitter, começou minha experiência com os “haters” que seguem Léo Lins.  

 

Instigados pelo rapaz em seu stories, dezenas de seguidores seus invadiram meu instagram e usaram a foto mais recente que eu havia postado (meu menino de 8 anos soltando pipa), para me agredir com palavrões e para tentar me atingir com adjetivos do tipo ao qual estão habituados.  

 

Ao invés de discutir no Twitter, como gente grande, partiram logo para a baixaria. 

 

 

Denunciei, bloqueei e tranquei o perfil para preservar minha família. Será que eu posso? Eles acham que não. Voltaram para o Twitter com as agressões desde ontem. O “humorista”, hoje, articula com seus pares um local privado para manter o show. Com toda publicidade em torno da polêmica pode até vender mais ingressos. Como eu disse lá em cima: tem quem goste e muito do humor lixo que ele faz. 

 

 

Ah, Roberta, mas a prefeita “censurou” por que ele falou mal dos políticos. Inclusive dos adversários dela.  

 

 

Sobre críticas a A ou B, penso que existem os meios legais para reparar os excessos. Mas não se trata disso. Se trata de detratar a imagem da cidade. Segundo eu soube, estratégia que o rapaz utiliza para onde vai... em busca de que alguém morda a isca e lhe dê a esperada polêmica que divulga o show. 

 

 

Quem não gosta da Cinthia Ribeiro (PSDB) como prefeita, ou do Mauro Carlesse (DEM) governador e mora aqui, tem um instrumento infalível para dar sua resposta: o voto. Basta não votar mais. E pronto. 

 

 

O que não dá é para tolerar o assédio moral dessa galera do mau, com u mesmo. 

 

 

O mundo está se tornando este lugar louco. Mas mesmo apanhando de uns e outros, sigo defendendo o que acredito. Liberdade de expressão não acoberta crimes contra a honra, nem é passe livre contra a igualdade, ou para achincalhar quem não concorda com você.  

 

 

Eles não querem discutir o conteúdo, porque não dão conta de sustentar o que as piadas dizem. Por isso atacam quem discorda e tentam - porque não conseguem, apenas tentam – afetar psicologicamente quem deles discorda. 

 

 

O rapaz continua livre para vir aqui falar bobagens a quem queira pagar para ouví-lo. Aos ofendidos, cabe usar os meios legais.  

 

 

Ele gosta de responder processos. Não custa responder mais um. 

 

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