EUA suspende negociações ambientais com Brasil: Kátia Abreu alerta sobre riscos

Em nota, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) alertou o Governo Federal e o Congresso sobre os riscos a que “estamos sujeitos em virtude da crescente vinculação entre meio ambiente e comércio exterior”

Senadora Kátia Abreu (PP-TO)
Descrição: Senadora Kátia Abreu (PP-TO) Crédito: Divulgação/Agência Senado

Senadora e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Kátia Abreu (PP-TO) emitiu uma nota ontem, 22, manifestando preocupação quanto à suspensão das negociações ambientais dos EUA com o Brasil. A nota completa pode ser conferida aqui

 

Conforme Kátia no documento, os motivos podem ser as atuais investigações contra o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), a atual paralisia no combate ao desmatamento ou ainda uma possível sinalização para a troca em paralelo dos embaixadores em Brasília e Washington. 

 

Kátia pondera que a ação dos EUA não se trata de sanções, “mas fica claro que um recado foi dado pelos americanos sobre as suas insatisfações no plano bilateral e a necessidade de mudanças no Brasil para a retomada do diálogo”.

 

A presidente da Relações Exteriores no Senado menciona, ainda, que os parceiros americanos e europeus estão atentos à evolução do desmatamento na estação seca, além, claro, das investigações contra o ministro do Meio Ambiente, e às propostas de mudança de legislação em trâmite no Congresso: licenciamento ambiental e regularização fundiária. 

 

“Se nenhuma evolução positiva ocorrer no trato que o Brasil dá ao tema do meio ambiente, sanções poderão se tornar uma realidade em breve, talvez ainda este ano", adianta. 

 

Por fim, Kátia usa da comissão do órgão que lidera para alertar o Governo Federal e o Congresso sobre os riscos a que “estamos sujeitos em virtude da crescente vinculação entre meio ambiente e comércio exterior”. 

 

Suspensão 

 

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo do último sábado, 19, as negociações sobre o meio ambiente entre Brasil e Estados Unidos foram congeladas quase dois meses após a Cúpula do Clima do presidente Joe Biden.  A paralisação coincide com o aumento do desmatamento na Amazônia e a operação da Polícia Federal que atingiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

 

A última reunião técnica entre negociadores das administrações Jair Bolsonaro e Biden ocorreu no início de maio. Na ocasião, técnicos do Itamaraty e do Ministério do Meio Ambiente realizaram uma videoconferência com Jonathan Pershing, assessor do enviado especial para o clima, John Kerry.

 

O objetivo era tentar encontrar um modelo de financiamento americano para ações de preservação ambiental no Brasil. Ao final da videoconferência, os participantes acordaram que teriam uma nova conversa nas semanas seguintes, mas desde então não houve pedido de agendamento pelas partes.

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