Kátia fala sobre projeto político e que Carlesse é governo “de pouco resultado"

Sem determinar que mandato eletivo disputará em 2023, senadora faz críticas a Mauro Carlesse, diz que não está no Senado para fazer oposição a Bolsonaro e elogia conduta de Cinthia frente a pandemia

Senadora Kátia Abreu (PP-TO)
Descrição: Senadora Kátia Abreu (PP-TO) Crédito: T1 Notícias

Em entrevista ao T1 Notícias na terça-feira, 19, a senadora Kátia Abreu foi além da pauta técnica para avaliar o cenário político pós eleições municipais no Estado, analisar o desempenho do governo Mauro Carlesse e o resultado da eleição em Palmas. A senadora confirmou que mantém o sonho de governar o Tocantins, mas avalia que a definição de candidatura dependerá do cenário ao final do seu mandato em 2022.

 

“Eu não nasci senadora, nasci filha da Vera e do João Luiz. Depois de uma certa idade a gente tem que aumentar a humildade. O que eu tenho feito todos esses anos é mostrar trabalho, trabalho e trabalho. Mas política muda com o cenário, a decisão das urnas é uma decisão instável, mas estou preparada para as urnas decidirem o que será 2023”, disse ela ao Portal T1.

 

Ela segue dizendo que se preparou para governar o Tocantins: “Tenho um sonho de governar meu estado, conheço cada cidade, conheço a vida política, as lideranças políticas, conheço a pobreza e as dificuldades pelas quais nosso povo passa”.

 

Segundo a senadora, há um descrédito da classe empresarial nos negócios com o governo. “Se eu tiver esta oportunidade, farei um mandato sem corrupção e de garantia dos direitos, foi para isto que o Tocantins foi criado. Para ser o Estado da livre Iniciativa e da Justiça Social. Este slogan, eu gostaria de resgatar”.

 

Posição política em Palmas

 

Perguntada sobre o resultado de Palmas e a decisão que tomou, a senadora explica: “Palmas eu participei pouco. Cedemos a legenda e o horário de TV para o Tiago Andrino, que eu considero um bom rapaz e que acreditei que estava preparado para ser prefeito da capital”, sustenta. Ela afirma acreditar que Andrino é um bom quadro, com futuro na política tocantinense.

 

“Acreditei nele, não por não acreditar na prefeita Cinthia. Acho que ela fez o dever de casa, recebeu a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha e tocou as obras, fez um bom trabalho na condução das ações de enfrentamento à pandemia. Não tenho oposição pessoal nem política a ela”, arremata.

 

Para Kátia, Carlesse é “ governo de muita espuma e pouco resultado”

 

O relacionamento com o governador Mauro Carlesse nem sempre foi ruim. “O conheci logo que ele chegou ao Estado. O ajudei na disputa pela prefeitura de Gurupi. Depois da eleição me aproximei para ajudar, mas ele se cercou de um grupo e eu senti que ali não era meu lugar. Não tem como fazer uma lista de 10 itens nos quais o governo vai bem”.

 

Questionada sobre o enquadramento do Estado e a volta da capacidade de investimento, que não havia nos últimos oito anos de gestão do Estado, a senadora avaliou: “Eu não estou vendo resultado prático nesta gestão. Segurança pública sucateada e sem um serviço de inteligência. 100% de escolas precisando de reformas, sem climatização e a maioria, sem rede elétrica que suporte climatizar”.

 

Na questão de valorização do servidor, Kátia Abreu segue criticando: “Diferente do vizinho Estado do maranhão, o Tocantins segue sem política de valorização de salários para os professores. Tem professor ganhando R$ 1500,00. Tem técnico em enfermagem ganhando R$ 1.200,00. Falta ao governo enxergar a falta de melhoria nessas áreas. Não vi avanço no Ideb, não existe um grande projeto para a Educação no Estado”.

 

A senadora critica o fato do Tocantins ser, depois do Amazonas, o segundo Estado com maior crescimento de mortes.

 

Infraestrutura com obras viárias de má qualidade

 

Na área de infraestrutura, Kátia Abreu aponta má qualidade da pavimentação que o Estado decidiu executar. “O asfalto que é feito é um asfalto sonrisal. O material que o DNIT usa nos acostamentos é o que o governo do TO usa para asfaltar”, define.

 

Outras áreas também deixam a desejar, conforme entendimento da senadora. “Não vejo um programa de industrialização para o Estado. Você tem mais de 500 tipos de acordo de benefício fiscal. Que Estado é esse em que um supermercado do mesmo porte de outro ao seu lado, tem um benefício que o outro não tem? Não tem regras, não tem profundidade”.

 

A falta de crédito, segundo Kátia Abreu, aos recursos e benefícios trazidos pela bancada cria outra situação. “Ah, mas entregou os ônibus e as máquinas. Não tem a compostura de dar o crédito à bancada que foi quem arrumou os recursos. Esse dinheiro não é meu e não é dele, é do povo, mas está fazendo graça com o chapéu alheio”, alfineta.

 

“É um governo de muita espuma e pouco resultado”, define.

 

Relação com Bolsonaro

 

Ao comentar a posição com relação ao governo Bolsonaro, que amenizou com sua filiação ao PP, que hoje apoia o presidente a senadora relembra: “ Disputei como vice do Ciro, não apoiei no segundo turno. Não votei e não me arrependo”.

 

Kátia Abreu relembra: “Fiz oposição ao Lula oito anos e naquela época não havia clima para fazer as reformas. Fernando Henrique que foi um reformista, não encontrou um ambiente tão favorável a reformas que o País precisa como Bolsonaro tem agora”.

 

Segundo a senadora, o presidente tem tido uma votação quase unânime nos projetos de reforma mas não consegue avançar mais.

 

Sobre sua posição hoje, resume: “Não estou lá para fazer oposição mas para votar o que é de interesse do País”, finalizou.

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