Hello Manchester [...] e medo da língua!

Mesmo tendo a certeza de que chegaria o momento em que eu teria de aprender outra língua, nunca imaginei as dificuldades que eu enfrentaria. Depois de tomar uma decisão não muito planejada (apesar da vontade e das tentativas frustradas) resolvi vir para Inglaterra para uma imersão na língua inglesa. 

 

Os primeiros dias são sombrios. Sombrios porque a impossibilidade de me comunicar com as pessoas que eu acompanho é terrível, com a exceção dos três brasileiros e alguns espanhóis com os quais eu posso arranhar o “portunhol” e agradecer por nossas línguas serem tão próximas de entendimento. 

 

Estudar outra língua é o mesmo que adentrar em mundo particular, e é mais: é se envolver em uma outra cultura. E estudar especificamente a língua inglesa requer um pouco mais de nós, porque precisamos lidar com nossos medos que derivam das nossas memórias. 

 

Lembro-me muito bem quando uma professora do ensino fundamental, muito atenciosa e persistente, tentava me convencer como aquele momento era importante, e de que seria mais fácil para apreensão de uma nova língua, se eu não deixasse aquela oportunidade passar. Como na pré-adolescência a gente não tem maturidade pra muita coisa, é claro que eu não dei atenção aos conselhos premonitórios. (Risos). 

 

Além disso, o inglês nos coloca uma imposição. Ele diz à você: “Hey, todos precisam falar minha língua!”, e é nessa hora que ele nos pega pelos pés, já que temos várias imposições e obstáculos educacionais durante a vida para apreende-lo mais cedo, e quando chega a hora, mal sabemos como conseguimos entender o tal do verbo “to be”. 

 

O que estou aprendendo aqui é, de fato, fenomenal. Meus medos são atiçados e derrubados pela grande quantidade e diversidade de pessoas do mundo inteiro que rompem com esses medos. Minha língua é linda. A deles também. E todos e todas compartilham suas superações e demonstram que errar não é problema, que errar não é ofender a língua “maior do mundo”, e que a comunicação é funcional quando nos fazemos entender, mesmo errando ou acertando. 

 

Começo aqui alguns relatos de como essa viagem vem trazendo novos significados sobre as minhas apreensões de mundo e me transformando. E de como reconhecer nossos medos e suas origens nos ajudam a superá-los. O conselho de hoje: estude inglês (ou qualquer outra língua) como se estivesse estudando algo novo, e não algo melhor. Isso nos iguala e nos estimula a aprender sem o medo de errar. 

 

Logo mais trago notícias da nova experiência.

 

Até breve!

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