A escolha de Amastha por Andrino começa a definir cenário de 2020 em Palmas

Amastha escolhe Andrino para combater Cinthia nas eleições do ano que vem. Tem que explicar aos palmenses por que essa escolha é melhor que a outra, já que afirma que a gestão da sucessora é ruim...

Carlos Amastha e Tiago Andrino
Descrição: Carlos Amastha e Tiago Andrino Crédito: Arquivo Pessoal

O ex-prefeito Carlos Amastha fez a escolha óbvia. Caminhará as ruas de Palmas novamente ano que vem pedindo votos. Desta vez, para Tiago Andrino, vereador, e um dos companheiros fiéis que o acompanha desde a primeira caminhada que fez pela Capital, procurando se eleger prefeito, contra o na época, preferido do eleitorado nas pesquisas, Marcelo Lélis.

 

E por que me lembro de Lélis? Por que à época, o eleitorado disse não ao fato de que o então deputado era tutelado por um líder político forte. O que pode se repetir com Andrino.

 

Abro parênteses para lembrar o cenário que elegeu o ex-prefeito...

 

Num dos dias daquela campanha encontrei Amastha sentado numa mesinha, logo na entrada do Capim Dourado, onde seu filho Gui Amastha tinha um restaurante. Ele estava exausto de andar. Ao lado dele estavam Tiago, Hector e sua mulher, Glô Amastha. Era um candidato com 2% nas pesquisas e muita disposição.

 

Depois de eleito, vieram para a gestão os amigos de Florianópolis, Marcílio Ávila e Adir Gentil. E o então prefeito construiu seu núcleo forte, primeiro com Cláudio Schuller, depois Públio Borges e Christian Zini.

 

O certo é que de aliados políticos perdeu Wanderlei Barbosa e Sargento Aragão já no primeiro ano. Construiu base na Câmara com Major Negreiros (eleito com ele) e José do Lago Folha Filho, o presidente que garantiu a tramitação das matérias importantes nos últimos anos de gestão, quando a relação do prefeito com a Câmara não era das melhores.

 

Fecha parênteses.

 

Voltando daquele dia aos dias atuais, a escolha por Andrino não é unânime no partido. Dividem-se os apoiadores do professor Alan Barbiero. Este, que era pré-candidato a prefeito lá atrás, tinha legenda para disputar, e aceitou ser vice de Luana Ribeiro.

 

À boca pequena o grupo de Amastha deixa claro as dúvidas sobre o potencial eleitoral de Alan.

 

Até por isso, a perda não soa tão significativa, caso se confirme sua ida para o Podemos de Ronaldo Dimas.

 

O que a definição de Amastha neste final de dezembro traz para o cenário é um clareamento do que pode ser a disputa do ano que vem.

 

Já sabemos que Cinthia Ribeiro disputará e terá como adversário o representante do seu sucessor.

 

Carlos Amastha por sinal não comenta a revelação dos números da dívida de R$ 70 milhões deixada na prefeitura de Palmas em abril último. Embora a “traição” de Cinthia ao se distanciar do ex-prefeito dentro dos quadros do aliado PSDB, seja uma reclamação recorrente, foi Amastha que a escolheu.

 

Ainda que pesquisas internas demonstrem a alta aprovação que o ex-prefeito tem e seu poder de influenciar no voto de parcela significativa dos palmenses, restará a Amastha nas suas caminhadas de porta em porta, explicar e convencer o eleitorado. Afinal, se escolheu Cinthia e supostamente errou na escolha, quem garante que agora com Tiago, acertará?

 

Tradicionalmente, o eleitorado de Palmas é mais livre. Chega a ser rebelde e imprevisível.

 

Pode optar por algo completamente novo. Pode referendar um nome mais conservador e à direita, como o vice-governador Wanderlei Barbosa. Ou pode apostar no novo, como o deputado Júnior Geo.

 

O certo, é que parcelas do eleitorado começam a enxergar seus candidatos. 

 

Quem começa mais cedo tem maior possibilidade de desgaste? Sim. Mas também constrói alianças primeiro e tem tempo para fazer o convencimento do eleitorado.

 

Vamos ver se o nome de Tiago Andrino chega à convenção. Tem todo o jeito de que vai chegar. Ganhar a eleição já são outros quinhentos. 

 

Assim como a prefeita Cínthia, o ex-prefeito Carlos Amastha vai precisar construir grupo para realmente ter chances de vitória em Palmas.

 

Eleição, afinal é uma dança que ninguém faz sozinho. Tem que combinar com os líderes e com o povo. Não é movimento que se faça isolado.

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