Agora é que são elas: diretas traçam cenário que muda todo o jogo para outubro

A eleição de 3 de junho tem sido vista como uma antecipação do pleito de 7 de outubro, por muitos observadores do cenário político

Eleições suplementares são definidas novamente
Descrição: Eleições suplementares são definidas novamente Crédito: T1 Notícias

A queda dos embargos de Marcelo Miranda no TSE esta semana confirmaram a escolha direta dos novos governador (a) e vice que comandarão os destinos do Tocantins até dezembro.

 

A petição protocolada no STF pela defesa de Miranda tem chances de atrasar ainda mais o processo, mas são remotas, observada a jurisprudência do próprio Tribunal em casos semelhantes.

 

O certo é que o Tocantins tem pressa de seguir seu rumo e isso só acontece com a definição legítima de um novo comandante para o Palácio Araguaia, com autonomia para exonerar, contratar, dar sequência a pagamentos e obras. Ou seja: tocar a vida do Estado, que já não estava fácil antes da cassação de Miranda.

 

Eleição antecipa pleito?

 

A eleição de 3 de junho tem sido vista como uma antecipação do pleito de 7 de outubro, por muitos observadores do cenário político. É uma tese que defende a proximidade das duas disputas, sustentando que a opinião do leitor não muda tão rápido.

 

Pode não ser bem assim. É preciso saber quem estará nessa consulta popular. 

 

Ao que tudo indica, nas pesquisas encomendadas pelos partidos para consulta interna, a eleição está polarizada entre a senadora Kátia Abreu e o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha. Paira sobre o pedido de registro dos dois, dúvidas sobre quem conseguirá disputar.

 

Mais chance para a senadora Kátia Abreu, que não tem dispositivo Constitucional a impedi-la, do que para Carlos Amastha. 

 

A defesa do pré-candidato do PSB já anunciou hoje que em caso de negativa do TRE ao registro de Amastha, um recurso será feito ao STF para garantir seu direito de disputar.

 

Se Kátia e Amastha disputarem as eleições, a resposta é sim, esta pode ser uma antecipação do pleito de outubro.

 

Caso contrário, teremos os impedidos e os que podem concorrer. E aí o meio de campo fica cheio de possibilidades.

 

É nesta hipótese que aposta, por exemplo, o deputado Osires Damaso, do PSC. Ocupa o espaço, e em caso de muita divisão dos votos e um eventual segundo turno, pode escolher para onde seguir e negociar posição na chapa de outubro.

 

Outro que apostará suas fichas nesta eleição é o ex-juiz Márlon Reis, que precisa desta eleição suplementar (o certo seria dizer renovação das eleições) para se tornar conhecido. Fará literalmente uma pré-campanha nestes 45 dias.

 

O presidente da Assembleia Mauro Carlesse é a incógnita no jogo. Ao assumir o governo hoje, fica impedido de disputar qualquer outro mandato que não o de governador em outubro.

 

Fica com pouco tempo para fazer campanha e se tornar competitivo (mesmo com o apoio, comenta-se, de 18 deputados). Ao pedir mais prazo para as eleições - coisa impossível de acontecer dados os prazos fixados pelo TSE - os deputados demonstraram preocupação com um resultado negativo agora para Carlesse. Só assim se justifica a hipótese levantada ontem pelo próprio presidente da Assembleia, de não disputar as eleições complementares e deixar para entrar em campo em outubro.

 

A entrada na disputa do deputado Osires Damaso, caso consiga de fato levar o MDB em sua vice, é um golpe para a candidatura do senador Vicentinho Alves (PR), que já tinha apoio de muitos líderes do MDB. Deve manter, por exemplo, Moisés Avelino, que já lhe declarou apoio e é adversário natural de Osires Damaso em Paraíso.

 

O prazo é curto para tantas definições, mas na segunda-feira, 23, com as convenções encerradas e os candidatos definidos, muito do cenário de outubro estará se desenhando. Depois do registro, então, saberemos ao certo o quanto o resultado desta eleição poderá estar definindo a outra.

 

Até lá, segura coração. Tem muita coisa em jogo.

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