Baixo movimento nas urnas: 30% vão perdendo direito de escolher quem vai nos governar

É alto o índice de abstenção nas sessões eleitorais de todo Estado. Podendo escolher o governador tampão, o tocantinense não deve abrir mão do seu direito. Pior seria a Assembleia escolher...

A manhã deste domingo, 3 de junho, vai caminhando para o final e o índice de abstenção -  nas sessões por onde passei, comparado às sessões em que repórteres do T1 Notícias estiveram, somadas aos informes que chegam de amigos do interior - já é assustador.

 

Não se trata mais de desconhecimento por parte do eleitor, de que hoje, escolheremos qual dos sete candidatos que se colocaram para o pleito vai nos governar pelos próximos seis meses.

 

É uma eleição sem paixão. Pelo menos no que se vê pelas ruas da Capital. Locais de votação com baixa movimentação. Não há sinais visíveis de boca de urna. E felizmente, também não há papéis espalhados com nomes e fotos de candidatos pelo chão.

 

Sem paixão por que é uma eleição solteira. Poucos são os cabos eleitorais que estão mais aguerridos nesta campanha. Ela não envolve candidatos a deputado estadual, federal, senadores. O que diminuiu o impacto no nosso dia a dia, das intermináveis guerras particulares e cantilenas pró e contra o voto neste ou naquele candidato.

 

É uma eleição mais limpa, mais conceitual.

 

Temos três candidatos brandindo o lema da nova política. O mais conhecido, o ex-prefeito Carlos Amastha, e os dois estreantes, o ex-juiz Márlon Reis e o procurador licenciado Mário Lúcio Avelar. Amastha usou os melhores exemplos da gestão que comandou em Palmas para impressionar o eleitor do interior do Estado. Márlon Reis bateu no argumento de que é ficha limpa. Mário Lúcio, dos três, fez a campanha mais discreta, pé no chão e usou o mote do combate à corrupção.

 

E temos três representantes da política tradicional: os senadores Kátia Abreu e Vicente Alves, e o deputado estadual Mauro Carlesse, governador interino. Kátia percorreu o Estado dizendo ser a que melhor o conhece e a melhor preparada. Vicentinho Alves encarnou a revolução dos curraleiros e defendeu que agora é a vez dos tocantinenses no comando do Estado. Mauro Carlesse se apresenta com o argumento da estabilidade.

 

Nos bastidores aposta-se numa polarização de teses. Do primeiro grupo sairia um e do segundo grupo sairia outro representante.

 

O último dos candidatos, Marcos Souza, figura neste pleito como uma experiência. Uma bandeira de defesa da família tradicional, que caminha para não alcançar qualquer significância. A discussão desta eleição suplementar não é esta.

 

Se funcionar assim…

 

As pesquisas de intenção de votos divulgadas nos últimos dias só serviram como mais fonte de confusão para o eleitor que buscou nela a tendência do eleitorado. Foram contraditórias, apontaram resultados opostos entre si e não conseguiram a credibilidade que já tiveram em outros pleitos.

 

Nas redes sociais, especialmente no WhatsApp, assisti a movimentos tímidos mas não sem força no potencial de revolta que traziam, ao incentivar voto nulo, voto em branco, ou simplesmente não ir votar e pagar uma multa depois.

 

É um contrasenso.

 

Não se pode dizer que não existem boas opções para o eleitor desta vez. 

 

Falando a rádio Sagres, de Goiânia, na sexta-feira, eu avaliava que pior do que votar e escolher agora um governador para o mandato tampão, era se esta decisão tivesse cabido, mais uma vez, aos deputados estaduais e seus arranjos paroquiais, pouco republicanos.

 

Melhor que o cidadão escolha quem vai nos governar.

 

Se 30% não forem votar, e se os brancos e nulos somarem mais 20%, ainda assim teremos metade do eleitorado tocantinense escolhendo, decidindo seus destinos.

 

Que não seja uma escolha pautada por interesses pessoais. Que desta vez o eleitor não vote para manter o contrato, ou porque alguém temporariamente com a caneta prometeu pagar os benefícios que não vai cumprir. Que não vote pelos R$ 100,00 da boca de urna, ou pelo contrato da última semana.

 

Vamos fazer um exercício diferente? Que tal votar pelo que a gente quer para este Estado neste momento de transição?

 

É preciso escolher quem tenha condições de tirar este Estado da crise. Capacidade de governar. Capacidade de lidar com as pessoas. Maturidade para receber críticas.

 

Enfim, escolher um representante.

 

Nesta eleição não existe Messias. 

 

Existe um Estado quebrado, de economia alquebrada, pedindo socorro.

 

Não vamos faltar ao Tocantins. 

 

Vamos às urnas! O meu, já deixei computado lá.

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