Depois de ir à Universidade de New Hampshrire, a comitiva do Tocantins seguiu para uma visita a Waste Management, empresa que gerencia três aterros que utilizam de energia auto-sustável para reciclar os lixos de dois estados no nordeste dos EUA, New Hampshire e Maine.
A empresa atende a um público de mais de 1 milhão de habitantes, e com a separação do lixo coletado consegue produzir 9 megawatts de energia. Além disso, a reciclagem gera combustível capaz de aquecer mais de 3 mil residências locais.
Segundo o engenheiro-chefe da Waste Management, Steven J. Poggi, apenas 15% do lixo produzido em todo os EUA são compostos por material orgânico, resíduos de origem animal e vegetal. Mas o volume americano é pequeno, se comparado ao lixo orgânico da China, que chega a 70%.
Segundo Poggi, a reciclagem de lixo inicia na casa dos americanos, onde garrafas, lixo orgânico e inorgânico têm destinos diferentes. A Waste Management fornece aos moradores latões de lixo, que inclusive são feitos de plástico reciclado, cujas cores já servem de guia no processo de triagem. “Aqui nos EUA separamos o material que é reciclável, como papel e plástico, já no caminhão de lixo. O que não é reciclado vai para o aterro, que sofre um sistema de uso da terra em rotação,” disse Possi.
Craig Cassarino, idealizador da parceria de “Estados Irmãos,” entre New Hampshire e Tocantins, revela que no Brasil metade de todo lixo é feito de material orgânico, o que pode gerar resultados ainda mais promissores na transformação desse tipo de lixo em energia elétrica.
“No Brasil há muito desperdício de alimentos. Precisamos fazer um processo integrado de reeducação do nosso povo. Não é só chegar e construir um novo aterro. Precisamos de um estudo, incluindo até programa de saúde, para o combate de doenças,” disse Júlio Rezende, da Origine, fazenda auto-sustentável localizada no Tocantins e que vair servir de modelo para os projetos de Cassarino.
Segundo o prefeito de Pedro Afonso, José Júlio Eduardo Chagas, o Brasil pode ter uma vantagem no processo de reciclagem, porque “quanto maior for o lixo orgânico, maior é a produção de gases que podem ser transformados em energia.”O governador Carlos Henrique Gaguim ficou animado em importar a tecnologia de reciclagem americana.
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