Inferno astral de Amastha favorece Kátia na pré-campanha contra Marcelo

Kátia Abreu grava vídeo na estrada entre Ponte Alta do Bom Jesus e Taguatinga
Descrição: Kátia Abreu grava vídeo na estrada entre Ponte Alta do Bom Jesus e Taguatinga Crédito: Divulgação

A pré-campanha ao governo do Tocantins ganhou capítulos indigestos nas últimas semanas para o pré-candidato ao governo Carlos Amastha. Uma sequência de fatos negativos que ferem conceitos como nova política, boa gestão e o perfil de empresário com capacidade de organizar a máquina gerando empregos, abalaram sua popularidade não só em Palmas, mas também no interior.

 

A capacidade de recuperação do prefeito é conhecida. Até porque vive esse período de baixa, controvérsias e polêmicas pagando o funcionalismo em dia, pagando progressões e tocando obras. Ou seja, o vento é ruim, mas o barco segue.

 

Se vai conseguir reverter esses fatos negativos e entrar abril com condições de manter a sua campanha ao governo dentro do conceito que vinha conquistando o eleitorado, é uma incógnita.

 

O fato é que em política ganha mais quem erra menos. Os erros cometidos pela gestão Amastha, quer seja quanto ao investimento temerário feito no Fundo Cais Mauá, quer seja na retirada dos redutores que elevaram o IPTU não só dos ricos, mas da maioria dos contribuintes,  terminam por ter um  efeito prático.

 

Se Amastha perde o brilho e o vigor, se deixa de usufruir do status de novo, quando se vê velhas práticas na sua gestão, ou se deixa passar sob sua gestão, rombos  como o apontado na Fundesportes, alguém há de se beneficiar com isso.

 

No caso, a senadora Kátia Abreu é a diretamente beneficiada. Enquanto  o prefeito vive seu inferno astral, ela percorre o interior onde grava vídeos e é gravada. Faz reuniões com baixo público -  que se tornam alvo dos seus adversários no Whatsapp, e faz reuniões dignas de nota, como a que realizou no Sudeste esta semana.

 

Na estrada de Taguatinga a senadora aproveitou  para gravar um vídeo e cravar crítica dura em seu principal adversário, o governador Marcelo Miranda.

 

Conversando com um político de um dos grupos tradicionais de Aurora, ligado ao prefeito Caçula, perguntei a ele como estão os nomes de Marcelo, Kátia e Amastha por lá. “Essa febre do Amastha pode ser grande por aqui, mas no interior, o que vale é o líder. O povo acompanha é o chefe do grupo político. Lá vai ficar um grupo com o Marcelo e outro com a senadora”, me explicou.

 

Ao continuar fazendo a trajetória da formiguinha, percorrendo o Estado, conversando e se fazendo ouvir (pelos que ainda param para ouvir político conversar), a senadora Kátia Abreu dá uma sequência e consistência à sua pré-campanha.

 

O resultado prático disso só saberemos  mais à frente.

 

Do leitor e comentarista da política do sudeste ouvi de volta uma pergunta: se eu acho que Marcelo tem chance ao governo. Ele reclamava das estradas, alvo da crítica de Kátia.

 

Sim, não resta dúvidas de que Marcelo Miranda é o principal candidato ao governo do Estado quando se fala na disputa deste ano.

 

Por alguns motivos claros: tem direito à reeleição, tem a máquina na mão, tem a simpatia popular, mesmo dos que não o consideram o melhor dos gestores.

 

Política e voto no Tocantins têm muito a ver com popularidade.

 

Finalizando, se a Polícia Federal e o Ministério Público já podiam ser considerados agentes minerva, ou “Coringas” no jogo eleitoral deste ano, a Polícia Civil mostrou essa semana que não fica atrás.

 

Alguém já tinha presenciado uma operação para cassar funcionários fantasmas, como a que atingiu a Assembléia Legislativa, onde o presidente Mauro Carlesse é pré-candidato ao governo?

 

Por outro lado, alguém duvida que a operação que atinge a Fundesportes – que é absolutamente legítima, uma vez que busca elucidar desvio de dinheiro público e se possível recuperá-lo  - já rendeu desgaste político?

 

Por hora, o que se vê, é que muita água ainda rola por debaixo -  e por cima – das pontes que  podem unir ou afastar lideranças políticas de pré-candidatos a governador este ano.

 

Parêntese: Ronaldo Dimas segue seu periclito e acaba de receber o anúncio oficial de apoio partido do ex-governador Siqueira Campos. Ou seja: nesta chapa, confirmando-se em abril que Dimas deixe a Prefeitura de Araguaína, só tem uma vaga ao senado. E dois postulantes: Eduardo Gomes e Vicentinho Alves.

 

É barulho de não deixar ninguém dormir.

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