Mais de 50% não escolheu estadual: quem trabalhou melhor vence as eleições no domingo

Cenário mostra deputados de mandato com as melhores chances de reeleição. Das 24 vagas, cinco podem ser renovadas, caso as projeções internas de cada coligação confiram com as urnas

Crédito: Montagem/T1

As eleições do próximo domingo, 7, vão chegando com um percentual assustador de indecisos pontuando nas pesquisas de intenção de votos. Se a tendência da campanha majoritária é a polarização para governador e o arranque final da campanha dos senadores, o cenário para as eleições proporcionais, por mais embolado que seja, parece privilegiar uma regra.

 

Quem trabalhou mais e melhor, fidelizou sua base e acertou no fechamento de lideranças “mais firmes”, por assim dizer, deve levar a melhor. Por mais que muita gente vá para as urnas sem saber que número apertar.

 

Para calcular quantos deputados cada coligação pode fazer é preciso, primeiro, encontrar quanto será a legenda para eleger um deputado. Este número obtém-se dividindo os votos válidos pela quantidade de vagas. Nas últimas eleições majoritárias, em que elegemos deputados, a legenda chegou a 31.500 votos, pois o total de votos válidos foi 756 mil 705.

 

Nestas eleições, com a tendência de queda na participação dos eleitores nas urnas, os votos válidos podem ficar abaixo desta marca. Nas proporcionais, por exemplo, foram apenas 574 mil 915 votos válidos. O fato de a eleição ser precedida de um feriado também pode influenciar. Caso 650 mil eleitores votem para deputado, a legenda pode cair paras a casa dos 27 a 28 mil votos.

 

Base de Carlesse deve fazer dez

 

Nos bastidores, não há consenso sobre quantos deputados cada grupo vá fazer. Com duas chapas, o governador Mauro Carlesse caminha para fazer de sete a oito deputados na chapa Governo de Atitude. E mais dois deputados na chapinha encabeçada pelo PPS de Eduardo Bonagura. Na primeira estão os candidatos do PHS, SD, PP, Democratas, PTC, PRB, AVANTE, Patriota e PROS. Com melhor desempenho nas pesquisas internas estão Léo Barbosa, Eduardo Siqueira Campos, Amélio Cayres, Vilmar do Detran, Valderez Castelo Branco, Cleiton Cardoso e o vereador da capital, Júnior Geo. O ex-deputado Sargento Aragão também integra essa coligação e pode surpreender.

 

Na segunda chapa que apoia o governador, estão Eduardo do Dertins, que trabalha para atingir a casa dos 20 mil votos, seguido de dois bons de voto: Ivory de Lira e Ivan Vaqueiro. Nos bastidores, Ivan parece estar à frente de Ivory e levaria vantagem na segunda vaga, mas Cleydson Coimbra vem com uma estratégia de votos “espalhados”, e pode herdar parte do espólio do tio, Júnior Coimbra. Nas contas da coligação, o potencial é entre 60 e 80 mil votos, o que garante dois e ainda deixa a militança sonhando com o terceiro na sobra.

 

Base de Amastha pode fazer nove, incluindo PSDB de Luana

 

Com uma ampla base de partidos que inclui os divididos MDB e PSDB, a Coligação A Verdadeira Mudança, de Carlos Amastha, conta fazer entre oito a nove deputados. Os que melhor pontuam nas consultas internas e fizeram campanhas mais robustas, com presença na rua e material, são os deputados de mandato Ricardo Ayres, Valdemar Junior, Elenil da Penha, Jorge Frederico e Nilton Franco num bloco. Esses trabalham pedindo voto para Amastha, mas não dá para garantir que todos se elejam, uma vez que disputam também com dos deputados de peso, mas que apoiam Carlesse.

 

Na mesma coligação, mas pedindo votos para Carlesse, estão Luana Ribeiro - que faz uma campanha forte e conseguiu suprir com novos apoios os colégios invadidos pelo fogo amigo dos deputados Olyntho Neto e Eduardo Siqueira - e o próprio Olyntho, que sofreu o revés da apreensão de R$ 500 mil em dinheiro que estavam em poder de seu irmão, escoltado por militar cedido para a Assembleia. Um escândalo que, com todas as justificativas dadas, não se sabe o quanto ainda vai respingar na campanha do deputado.

 

Na turma dos novos que podem surpreender estão Jair Farias, que faz campanha para 15 mil votos, Marcus Marcelo, de Araguaína, o ex-secretário de Turismo de Palmas, Cristiano Rodrigues e o suplente de vereador da Capital, Moisemar Marinho.

 

Na base de Márlon, duas chapas devem eleger quatro deputados

 

Embora tenha três chapas proporcionais, as coligações registradas com Márlon Reis (REDE) devem fazer quatro deputados, ao certo, brigando pelo quinto na melhor sobra. A chapa em que dobram PT e PC do B tem dois deputados de mandato: José Roberto e Amália Santana, seguidos da deputada Solange Duailibe, que assumiu recentemente a vaga de Carlesse. Esta faz dois com boas chances do terceiro deputado na sobra. A terceira vaga é disputada ainda pelo novo, Dr. Nésio, presidente do PC do B, e pelo ex-deputado José Salomão, que já esteve melhor no Sudeste.

 

Já a chapinha do REDE, PV, PSD, PTB e PDT tem nomes fortes como o ex-deputado José Augusto Pugliese a da ex-vice-governardora Cláudia Lelis. Os dois são favoritos a se elegerem no próximo final de semana. Ainda nesta chapa, com votação expressiva devem chegar Issam, do PV, o vereador e ex-presidente da Câmara, José do Lago Folha Filho e a ex-secretária de Cidadania, Gleydi Braga.

 

Pelo movimento das ruas, PRTB, PSL e PSOL não devem fazer legenda para eleger deputado estadual.

 

Se a urna não revelar surpresas escondidas em nichos de votos no interior, os que trabalharam melhor em cada coligação devem conseguir levar seus eleitores para a urna, lembrando seus nomes e números.

 

Nesta perspectiva, a Assembleia Legislativa poderá ter cinco novos deputados. Uma renovação de 20% das cadeiras. Pouco, para uma realidade em que há muitas críticas ao desempenho do Legislativo. Para mudar mesmo, o eleitor precisa se interessar mais pelo Legislativo, peça fundamental para o Executivo governar.

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