MDB sem palanque e Marcelo na berlinda de novo: humildade não é só uma palavra…

Miranda amanhece nas manchetes por conta de processo que apura peculato. Dias depois do MDB "virar o arreio"e liberar apoio a governador, numa reação à decisão de Amastha de evitar palanque conjunto..

Figurando manchetes por peculato, operação da PF que investiga Miranda avança
Descrição: Figurando manchetes por peculato, operação da PF que investiga Miranda avança Crédito: Divulgação

O MDB reagiu mal ao fato de que o governadoriável Carlos Amastha decidiu não dividir palanque em Sitio Novo, Bico do Papagaio, semana passada com o ex-governador Marcelo Miranda.

 

Esbravejaram que era um ato de arrogância ou esnobismo do ex-prefeito de Palmas que teria pedido apoio aos Miranda para levar o MDB para sua coligação. E que na mesma semana, antevéspera da reunião, os dois, Amastha e Miranda estiveram juntos.

 

Amastha explicou que não houve discussão nem constrangimento. Apenas a decisão de fazer a reunião com as lideranças e seguir em frente deixando Jair e correligionários à vontade.

 

No interior, e em especial no Bico do Papagaio, Marcelo é tratado como um querido por populares e lideranças. Até no meio político, entre adversários, é considerado “boa praça”. Mas vai colocar uma foto dele ao lado de qualquer candidato a governador em redes sociais ou veículos de comunicação… O desastre é imediato entre o eleitor que entende que a cassação pela segunda vez tira os méritos do ex-governador e o coloca no limbo onde estão os políticos envolvidos em atos de corrupção.

 

Sabedor disso Amastha evitou o flash. Está errado? Ninguém em nenhuma campanha, seja de que candidato for, pode dizer que sim. Ou afirmar que não faria o mesmo. Mas adversários do prefeito distribuiram nas redes a noticia do desgaste e aproveitaram, óbvio para fomentar a divisão...

 

O que faltou ao candidato do PSB talvez tenha sido a habilidade de costurar melhor nos bastidores. Ou deixar para ir na cidade outro dia.

 

Mas, em política a vingança não é prato que se come frio. Ao contrário, combina mais com outro ditado: “a vingança é doce e vem a cavalo”.

 

Ouriçado e dividido, o MDB aproveitou o episódio para fazer o que muitos queriam: pegar o beco rumo ao palanque do governo. Onde Carlesse já tem suas dificuldades -  eu cantava a pedra há meses que essa conta não fecha, e que não existe milagres - mas, vai levando bem o servidor público enquanto paga a folha em dia. Vai levando como pode também os aliados. Não sem efeitos colaterais. Exemplo, a Assembléia Legislativa que até dia 23 não tinha recebido o repasse do duodécimo, essencial para pagar a folha. Fora fornecedores que esperam na fila…

 

Liberados, prefeitos, militantes e candidatos para apoiarem quem quiserem, virou uma coisa meio esdrúxula. Pode subir em outro palanque? Pode não. Afinal a coligação tem cabeça de chapa… é uma meia infidelidade.

 

"Política não se faz com o fígado", dizem os mais experientes.

 

O problema é que a empáfia do MDB durou pouco. 

 

Nesta quinta-feira, 23, amanhecemos com a notícia de mais um processo contra o ex-governador. Acusado agora de peculato. 

 

Conclusão: Se Amastha estivesse subido e se deixado fotografar ao lado de Miranda, estaria hoje com a imagem “esturricada”, no bom português. E apanhando muito nos memes que circulam pelas redes sociais.

 

Sempre que questionado nos últimos anos sobre processos, cassação, e outros dissabores, Marcelo Miranda habituou-se a responder com uma frase: “Sigo com a cabeça erguida, com muita humildade”.

 

Pois a característica que o ex-governador avocou para si a vida inteira, faltou desta vez ao MDB.

 

Não existe na política, mula sem cabeça. Nem ficar com um pé num barco e outro pé em outro. Essa é a receita do desastre.

 

Melhor dessa vez para Carlos Amastha, que tomou a decisão certa. Por mais dolorosa que seja para alguns.

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