Ninguém vive só de eleição

Há sempre quem queira aproveitar o momento para fomentar o nascimento de “novas forças” políticas. Algumas bem circunstanciais, diga-se de passagem...

Amastha e Miranda
Descrição: Amastha e Miranda Crédito: Lia Mara

Já há um movimento visível em matérias e “pesquisas” em alguns veículos de comunicação, que antecipa o processo eleitoral de 2018, com especulações sobre possíveis e prováveis candidatos à sucessão de Marcelo Miranda.

 

É de se impressionar, que nem bem terminemos de viver a turbulência causada pelas campanhas municipais, já existam os interessados em fomentar divergências a pretexto de preferências ou de expectativas de poder.

 

Primeiro, por que os prefeitos recém eleitos, ou reeleitos estão diante de um quadro que não está fácil de se administrar. E vão precisar da ajuda institucional de todos: Estado e União, com seus respectivos titulares.

 

Segundo, por que o governador Marcelo Miranda entra no terceiro ano do seu mandato, recém saído de problemas intermináveis com funcionalismo, acúmulo de obrigações com pessoal, dívidas do passado acumuladas com as novas, e um quadro também complicado de administrar. 

 

Como não navega em céu de brigadeiro e demorou para tomar decisões, sofre o desgaste natural de uma administração em tempo de crise e com problemas que lhe são peculiares, mas demonstra reação. Há de se esperar o que vem aí com a nova mexida no secretariado, e nova redução da máquina.

 

O fato é que há sempre quem queira aproveitar o momento para fomentar o nascimento de “novas forças” políticas. Algumas bem circunstanciais, diga-se de passagem.

 

Se há o grupo dos que apostam em instabilidade política do governo, movimentação de processos em Brasília e o que mais possa provocar a substituição do mandatário antes do final do mandato, por outro lado já existem os que trabalham prematuramente o lançamento de nomes ao governo para 2018, faltando dois anos para o processo eleitoral de fato.

 

E quem ganha alguma coisa com isso? Difícil arriscar.

 

É o caso das especulações em torno do nome do prefeito Carlos Amastha ao governo. Nada contra que ele dispute, se assim o desejar, e no tempo certo.

 

O problema é que o prefeito mal terminou de ser reeleito, tem uma capital cheia de problemas complexos que requerem criatividade e força de trabalho. Uma cidade que pelas urnas o escolheu para isto.

 

Considero uma enorme sabotagem que antes que ele cumpra o papel para o qual foi reconduzido, já seja levado a perder o foco da gestão para a política partidária a ser feita no interior em torno de um projeto que alguns dos seus aliados já se apressam em tentar construir.

 

Quem foi eleito prefeito, precisa ser prefeito. Quem foi eleito governador, tem que ter seu tempo de ser governador.

 

Se ocorrer uma interrupção por força de ações judiciais, é caso atípico a se ver no seu tempo.

 

O que não dá é para a política e os políticos tocantinenses se alimentarem de conjecturas e tramas em ano não eleitoral. Por que aí ninguém aguenta.

 

Dos eleitos se espera que trabalhem. Que cumpram seu papel. Que honrem seus mandatos.

 

E lógico, se são políticos, há de se esperar que façam política. Mas no tempo certo.

 

Amastha tem se revelado um líder, com capacidade de formar seu grupo. Dá-se até ao luxo de escolher aliados e rejeitar adversários, coisa rara. Tem o direito, como já disse, de postular o que quiser. No tempo da disputa, que não é agora.

 

Enquanto isso tem Palmas para administrar. Assim como Mauro Carlesse tem ainda que dizer ao Estado a que veio. E terá na presidência da Assembleia, sua chance.

 

O resto é ti-ti-ti de bastidor.

 

Quem fomenta candidatura precipitada, não contribui nem para o seu grupo, nem para o povo da capital e do Estado, que espera gestão de resultados.

 

E de mais a mais, ninguém aguenta viver de eleição e expectativa de eleição. 

 

É isso!

 

Comentários (0)