No pós eleições Cinthia decide mostrar a que veio e disputar com Wanderlei o 2020

Prefeita esperou duas eleições passarem para mexer nos imexíveis e assumir total comando da gestão... quem poderá condená-la?

Prefeitura de Palmas exonera 1.200, entre secretários, neste 1º de novembro
Descrição: Prefeitura de Palmas exonera 1.200, entre secretários, neste 1º de novembro Crédito: Divulgação

O Diário Oficial do Município, com 60 páginas ainda estava “na prensa”, quando começaram a circular no final da noite de ontem, nos grupos de WhatsApp, a notícia de que a prefeita Cinthia Ribeiro havia pedido os cargos de quatro secretários da Prefeitura de Palmas e com eles, enviara para o corte mais 1.200 servidores contratados e comissionados da prefeita de Palmas.

 

De todas as exonerações a mais polêmica e que mais celeuma causa, ainda nessa manhã do dia de Finados, é a do professor Danilo de Melo, da Educação. Seja pelo reconhecido trabalho de melhoria dos índices das escolas municipais, seja pelo histórico de realizações de suas passagens pelas secretarias de Estado e Município nos últimos dez anos. Danilo é quase uma unanimidade e mesmo quem discorda de seus métodos na condução das equipes com as quais trabalhou, não fala muito.

 

Além do professor, que deixou o PC do B, e protagonizou na campanha de Carlos Amastha ao governo na Suplementar e nas eleições regulares deste ano, a prefeita pediu o cargo de Kariello Coelho, secretário de Indústria e Comércio que vinha se chamuscando em embates com vereadores, o de Orlando Rangel, da Fundesportes e o da advogada Luciana Cerqueira, da Fundação de Meio Ambiente. No caso das fundações, fusões são esperadas nos próximos dias com a reforma administrativa.

 

Nos bastidores a equipe da prefeita garante que ainda não soltou a reforma para não atrapalhar a tramitação da LDO, que já se encontra na Câmara e num bom clima de discussão com os vereadores.

 

Se a reforma fundirá pastas e englobará fundações que podem ser transformadas em superintendências, fará também neste momento de ajustes gerais em folhas de pagamento, um corte no pessoal.

 

Dos 1.200 contratos e cargos extintos, pelo menos 800 são necessários a serviços essenciais. Quem ocupará esses cargos de agora em diante, é que são elas. Um critério, obviamente político, por mais que não se fale abertamente sobre isso.

 

Antes de fazer as exonerações, Cinthia enviou seu porta voz aos vereadores. O secretário de governo procurou um por um para levar a mensagem de que cortes são necessários.Até para saber quem é quem.

 

A cantilena que se ouve desde o começo da gestão da prefeita, é que ela não deu nada a ninguém. Também não é difícil ouvir vereadores da base negando que tenham indicações no Paço. Mas tem. O que vai ficar claro agora com as demissões é quem indicou quem. Outra obviedade é que só tem poder político para indicar, quem escolher estar na base.

 

Por isso, não há engano: Cinthia Ribeiro esperou duas eleições passarem para mexer na equipe e começar a escolher com quem quer trabalhar. Seja no aspecto técnico, indicando secretários com os quais tenham afinidade, seja sob o critério político, a prefeita que pisava em agulhas, passa agora a comandar de fato o Paço Municipal e dará o seu perfil à gestão.

 

Entendendo esta conjuntura política - em que Cinthia abandona de vez a tutela do ex-prefeito Carlos Amastha - é fácil compreender por que Danilo de Melo não ficou, Nésio Fernandes e o PC do B não voltarão e muitos aliados de antes, perdem o espaço garantido. 

 

Trata-se agora da gestão Cinthia e de pessoas que respondam ao seu comando e estejam prontas para construir um projeto que visa não só dar as respostas que gestão precisa, mas construir um projeto de reeleição para daqui há dois anos. Alguém pode condená-la por isso? dificilmente. 

 

Isso, não representa ruptura com o grupo do ex-prefeito, afirmam aliados da prefeita, mas a necessidade de que ela diga a que veio. Cinthia Ribeiro deve herdar as conquistas da gestão, e não os problemas de relacionamento, com vereadores, com comerciantes, com gente que chiou com a carga tributária e outras questões polêmicas da gestão de Amastha.

 

A iniciativa é necessária sob qualquer ângulo que se observe e deve ser compreendida também pelo grupo Amastha, por mais que as exonerações doam num primeiro momento.

 

 Ainda mais quando já está posta nos bastidores, a pretensão do vice-governador Wanderlei Barbosa, de ser prefeito de Palmas.

 

Ou Cinthia governa e mostra a que veio, ou será tragada pelas raposas velhas da política tocantinense e terá no currículo apenas uma passagem amorfa de dois anos e meio na prefeitura de Palmas.

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