O que Bolsonaro diz, não se escreve: a ordem é sobreviver

Limitado no raciocínio, mal intencionado nas razões que o movem, o presidente da República se torna um risco para o País ao desprezar normas da OMS e incentivar brasileiros a sairem do isolamento

Raciocínio curto, defesa dos ricos e falta de empatia movem Bolsonaro
Descrição: Raciocínio curto, defesa dos ricos e falta de empatia movem Bolsonaro Crédito: Divulgação

O pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na noite de ontem, 24 de março, em rede nacional revoltou as redes e provocou panelaço nas maiores cidades por todo País.

 

A lógica do presidente é simplista e escancara um jeito de ver o mundo típico de quem não consegue analisar todas as nuances de um problema. 

 

Ele tem claras dificuldades, mas não é só isso. Falta empatia. Falta caráter. Falta perfil de líder. Está no lugar errado, sempre esteve.

 

O problema do Brasil agora é a disseminação de um vírus extremamente agressivo, letal, que provoca pneumonia, associada a sintomas que torna a vida do doente um pesadelo que – se não tratado adequadamente – mata de forma cruel e dolorosa.

 

O presidente não consegue pensar com um mínimo de humanidade. Tem dois membros do corpo desconectados: o cérebro e o coração. Falta a ele inteligência emocional e seu comportamento beira à psicopatia social.

 

A dificuldade de raciocínio é tão grande que no comando da República, quer priorizar a roda da economia em detrimento do direito à vida e à saúde, elementar em toda sociedade.

 

Para Bolsonaro, devemos mandar nossas crianças à escola. Na sua lógica elas sobreviverão ao vírus. Os que não sobreviverem, paciência. Dano colateral.

 

Para Bolsonaro, devemos proteger e isolar apenas os idosos, todos os demais devem continuar trabalhando. E para ele e seus seguidores, o que seriam 5 ou 7 mil mortes? Foi o que disse o dono da rede Madero, que nunca mais verá um real da minha parte.

 

Na lógica simples e limitada de Bolsonaro, antes salvar os empregos do que a vida. Antes o CNPJ do que o CPF.

 

É uma loucura. Das que merece interdição. Das que merece que autoridades com um mínimo de inteligência e senso de humanidade intervenham.

 

O que Bolsonaro diz não se escreve, porque contraria a ciência e as evidências.

 

As mortes em todo mundo mostram que o vírus quando se espalha, leva ao colapso o sistema de saúde. Foi assim na Itália, primeiro mundo. Foi assim na China que se viu obrigada a construir e equipar em 10 dias, novos hospitais.

 

Quem fica em casa, consegue proteger sua família. Quem fecha fronteiras, consegue impedir novos infectados de entrar e circular no País.

 

São medidas duras, sim, mas os governadores por todo País têm demonstrado o bom senso que falta ao presidente da República. Simplesmente por saber que nossas riquezas permanecerão aí até que possamos sair de casa e reconstruir.

 

Desde as primeiras medidas anunciadas pelo seu governo para enfrentar a crise do Coronavírus está claro que o presidente está preocupado com a perda financeira de quem tem mais. Acena para acudir os bancos -  que ao longo de décadas tiveram lucros bilionários – doa os aparelhos tão necessários ao SUS enquanto ensaia ajudar financeiramente os planos de saúde. De outro lado, oferece R$ 200,00 de auxílio para o trabalhador que ficar sem emprego e renda.

 

É uma política de genocídio. Que despreza a vida dos pobres. Que vira as costas para o trabalhador. Que privilegia os ricos e visa manter riquezas.

 

Qualquer pai de família, por mais pobre que seja, se tiver um mínimo de compreensão das coisas, quer neste momento proteger seus familiares da morte. 

 

A vida é o bem mais precioso que temos. Governos, federal, estadual e municipal, devem socorrer com suas reservas os que tem menos. 

 

À medida que as políticas de contenção funcionar, voltaremos a viver livremente, trabalhar e ganhar dinheiro em menos tempo.

 

Do contrário, será mortandade aos milhares. E não só dos idosos cuja vida, senão para eles, para nós tem muito valor. 

 

Ignorem Bolsonaro. Desliguem seu microfone. Sigam seus prefeitos e governadores.

 

A ordem agora é sobreviver. Fiquem em casa.

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