Os três passos à frente do governo Marcelo e a vontade do Tocantins voltar a crescer

Entrega e ocupação do terceiro piso do HGP é um dos sinais de que o governo Marcelo Miranda deu alguns passos à frente e deixou de administrar apenas a folha e a dívida pública

Miranda inaugura ala do HGP, dando fim às tendas
Descrição: Miranda inaugura ala do HGP, dando fim às tendas Crédito: Foto: Aldemar Ribeiro

A semana começou ontem, segunda, com a confirmação da notícia antecipada sexta passada: o HGP está livre das tendas de guerra, que chegaram ainda no governo Siqueira Campos, para atender a um momento emergencial em que era preciso retirar os pacientes que superlotavam os corredores do hospital.

 

Custaram milhões, cumpriram seu objetivo inicial, mas deixaram de ser provisórias há muito tempo. O clima de hospital de campanha -  por isso  chamo de tendas de guerra - perdurou por cerca de três anos e meio.

 

Cuidar do HGP não é fácil. Manter em dia a oferta de medicamentos e até toalhas, lençóis limpos, entre outros insumos parece ser um desafio interminável. Falta uma coisa, providenciam, e logo falta outra. A alta rotatividade e a de autonomia administrativa do hospital -  que depende em tudo da Secretaria da Saúde para resolver seus problemas mais simples -  talvez expliquem o problema. O que não justifica o sofrimento das pessoas por lá.

 

Semana passada, quando fui cobrir a visita técnica do governador, entrei pelos fundos da obra, por engano. Achei que ele entraria por lá. Onde eu estava, era a entrada do atendimento aos pacientes com câncer, que recebem seu tratamento alí. Fiquei imaginando se Marcelo passaria por alí. Lá dentro, lotado. Lá fora, poucas cadeiras e muita gente em pé. De máscara no rosto para evitar contaminação. Uma acompanhante virou para mim e disse: “se eu tivesse dinheiro ia comprar umas cadeiras de fio pra colocar aqui. Assim o paciente poderia arrastar a cadeira e esperar sentado na sombra”.

 

Na fala de Marcelo Miranda em todas as entrevistas, ouve-se a preocupação com a humanização do atendimento à saúde. Acredito que ele de fato deseja isso. Mas falta muito ainda. E não digo dos profissionais que se desdobram, mas das condições oferecidas aos pacientes.

 

Pois bem. Como um bálsamo no meio de tudo isso, caminhar pelo terceiro piso, para onde os pacientes das tendas foram removidos, devolve a fé na crença de que o ser humano possa ser tratado dignamente nas unidades de saúde pelo Tocantins e mais especialmente no grande Hospital que não pode fechar as portas.

 

Pessoas com Plano de Saúde se lamentavam semana passada de não haver vaga na UTI do Oswaldo Cruz para internação. Gente indo e voltando sem ser internada. E isso acontece por que? Justamente por que o SUS não pode recusar paciente. Hospital Público tem que receber o doente e por onde der: no leito, na maca ou na cadeira “de macarrão”.

 

Um caos. Uma lástima.

 

A boa e nova notícia no HGP deve aliviar em muito o estresse de enfermeiros e pacientes. Um novo ar paira por alí.

 

No ambiente político parece também que novos ares chegaram para o governo Marcelo Miranda. Reputo isso a três fatores.

 

O primeiro foi que a tensão pré processo que Luciana Lóssio relatou no TSE passou. Seu voto foi recebido com alívio. E Marcelo Miranda com sua vice, Cláudia Lélis ganharam novo fôlego para administrar.

 

O segundo é que o quadro de saúde do governador melhorou. Embora magro, depois de perder muito peso em razão dos problemas no Esôfago, Marcelo Miranda voltou a se alimentar bem. “Tava passando fome’, brincou ele comigo depois da entrevista na semana passada.

 

E o terceiro é que o governo consegue finalmente mostrar algum resultado. As coisas parecem deslanchar, e mesmo diante das críticas - muitas justíssimas -  que partem da oposição, o governo mostra capacidade de reagir diante delas.

 

Agora, só falta a reforma do secretariado.

 

Miranda, que andou por muito tempo aparentemente alheio a muito do que se passava no seu governo, parece ter retomado o gosto. O resultado é perceptível em torno das pessoas que cercam o governador.

 

Tomara que a retirada das tendas seja só o começo de boas notícias que venham a se suceder nos próximos meses. O Tocantins merece.

 

Ah, antes que eu me esqueça: domingo fomos alvo da atenção de todo Brasil no Fantástico, graças aos grandes talentos da música sertaneja que partiram daqui.

 

Que os próximos dias nos conservem bem longe da pauta negativa.

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