Reunidos na casa de Cláudia Lelis, 10 deputados fecham grupo pela presidência da AL

Nos bastidores intensificam-se os pré-acordos em torno da presidência da Assembleia Legislativa; eleição acontece em 1º de fevereiro

Crédito: Montagem/T1

Luana Ribeiro, Toinho Andrade, Eduardo do Dertins, Vilmar de Oliveira e Nilton Franco. Esses são os cinco pré-candidatos à presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, que nos bastidores, nas últimas semanas, vêm buscando construir um projeto que permita uma campanha vitoriosa, cujo objetivo é o comando da AL, que tem um orçamento anual de R$ 240 milhões, em média.

 

Buscando os votos da bancada do governo estão a atual presidente, Luana Ribeiro, candidata à reeleição, o deputado Toinho Andrade e o deputado Vilmar de Oliveira. Buscando uma candidatura independente, estão os deputados Eduardo do Dertins e o emedebista Nilton Franco.

 

O grande lance ocorrido na última semana foi uma reunião na casa da deputada estadual eleita Cláudia Lelis, presidente do PV no Tocantins. Seu partido tem dois votos, o dela e o do deputado eleito Issam, de Araguaína, que não estava na reunião, por estar em viagem, mas participou num determinado momento da conversa, por telefone.

 

Claudinha, ex-vice-governadora, tem relação próxima com os deputados do MDB, cujo governo de Marcelo Miranda compôs e abraçou até o final. Em sua casa estavam presentes os cinco deputados eleitos pelo MDB e ainda Ivory de Lira, Vanda Monteiro e Júnior Geo.

 

Inicialmente propensa a apoiar a deputada Luana Ribeiro, Cláudia tem articulado e integrado este que já é chamado de “o grupo dos 10”. Nele também está o hábil deputado reeleito Valdemar Júnior, que nos bastidores está muito próximo de Nilton Franco e de Eduardo Siqueira Campos, o qual desde o rompimento com os Lelis, se encontra distanciado da ex-vice-governadora.

 

Dertins tem a vantagem da antiguidade

 

Conversando com um dos presentes na reunião, foi possível saber que o grupo tem dois pré-candidatos: Eduardo do Dertins e Nilton Franco. A intenção é agregar mais três deputados até a data limite do registro de chapa. A deputada Luana Ribeiro teria sido convidada também a integrar este grupo.

 

Caso o grupo dos 10 avance e conquiste mais dois votos, que em tese seriam os deputados Vilmar de Oliveira e Eduardo Siqueira, a vantagem estaria com o deputado Eduardo do Dertins, uma vez que o regimento o favorece em virtude de ter ele o maior número de mandatos, portanto se tornando o parlamentar mais antigo na Casa. “O voto dele, na realidade, conta como dois”, afirma um dos ouvidos pelo portal T1.

 

Governo indefinido prejudica aliados

 

Enquanto o grupo que agrega partidos naturalmente de oposição, mais os deputados novos de mandato, já conta com 10 aliados, a turma do governo patina na indefinição que se enxerga no comando do Palácio Araguaia.

 

Aliada do governador Mauro Carlesse e uma das primeiras a construir sua candidatura à presidência, e consequentemente ao governo, a deputada Luana Ribeiro vem aguardando um gesto do Palácio Araguaia que demonstre a preferência do governador por ela, sem que isso tenha ocorrido nos últimos dias.

 

Nos bastidores, há quem comente que Luana estaria “iludida” ao aguardar esse apoio, que inicialmente seria do deputado Olyntho Neto, completamente queimado no processo desde a deflagração da Operação Expurgo, deflagrada pela Polícia Civil.

 

No entanto, os movimentos de bastidores sinalizaram, há cerca de 15 dias, o apoio discreto ao nome do deputado Toinho Andrade. Quem vinha pedindo pessoalmente os votos para Toinho é o vice-governador Wanderlei Barbosa. Empolgado, o recém-eleito deputado estadual Léo Barbosa fez a seguinte declaração a um par nos corredores da Casa: “já temos 10 votos, só faltam 3”.

 

Considerado um candidato forte, com um perfil tranquilo, Vilmar de Oliveira vinha sendo avaliado como uma boa opção para a formação de uma Mesa Diretora independente. Porém, há cerca de 10 dias, o deputado procurou o governador Mauro Carlesse para tratar o assunto “reeleição da Mesa Diretora”. Após esta reunião, ocorrida numa sexta-feira, Vilmar “desapareceu” na semana seguinte, o que levantou entre os colegas a desconfiança de que esteja alinhado à chapa que terá o apoio do Palácio Araguaia.

 

Sejam quais forem os movimentos nessas semanas finais do ano, as articulações para eleger o novo presidente ou presidenta da Casa só se intensificarão no final do mês de janeiro, após as festas da virada de ano.

 

Procurada mais cedo para conversar sobre o assunto, a deputada Luana Ribeiro, presidente da Casa, desestimulou qualquer teoria de que esteja preocupada com a condução do processo ou interferência do Palácio Araguaia. “Se engana quem está apostando num rompimento ou acha que eu vou me precipitar. Neste momento todos conversam com todos, mas paciência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, finalizou.

 

Lá do céu, onde deve estar, meu amigo Salomão Venceslau, diria: “é, pois é, é isso aí!”.

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