O desembargador Marco Villas Boas, presidente do TRE em coletiva à imprensa no final da tarde desta terça-feira, 27, jogou luz sobre como o Tribunal pretende conduzir as eleições diretas suplementares de 3 de junho.
Sua fala, embora não explícita de que prefeitos não desincompatibilizados há seis meses não poderão concorrer, é um claro indicativo disto. Afinal, a Constituição preceitua prazo de desincompatibilização de seis meses para mandatários em exercício de cargos executivos no seu artigo 14.
Ao afirmar que o TRE vai cumprir os dispositivos constitucionais para esta eleição, Villas Boas está na prática dizendo que Carlos Amastha e Ronaldo Dimas estarão impedidos.
Eliminadas, portanto, duas dúvidas que prevaleciam até ontem: de que as eleições serão diretas e de que valerá o que diz a Constituição, o jogo ganha novos contornos.
Ronaldo Dimas ganhou fôlego nos últimos dias com o aceno do MDB de Derval de Paiva, em convidá-lo para disputar em nome da legenda as eleições.
Derval bateu de frente com Moisés Avelino, prefeito de Paraíso na reunião de segunda-feira. Avelino defendeu o nome de Vicentinho para apoiar.
Como bem avaliou o jornalista Luiz Armando em seu blog, o MDB passou recibo com o convite a Dimas. Primeiro por que Dimas se tornou crítico ácido do governo Marcelo Miranda já faz pelo menos um ano.
Brigou pelos recursos de Araguaína na área da Saúde, se indispôs, abriu o verbo e se lançou pré-candidato ao pleito de outubro.
A reunião a portas fechadas entre Vicentinho (que lançou Dimas) e Ronaldo acontece hoje, 28, em Brasília e deve afinar a conversa entre os dois.
O senador tem guardado prudência nas palavras. Não comentou a cassação de Miranda, nem as possibilidades do pleito suplementar.
A aliados Vicentinho tem afirmado que se não estiver impedido, Ronaldo Dimas é o nome do partido. Caso esteja - o que vai se confirmando nas palavras de Villas Boas - a conversa muda.
E mudando agora, por óbvio que muda para outubro. Afinal, caso se eleja ao governo em 3 de junho, o senador passa a ser o candidato natural à reeleição pelo PR.
Resta uma dúvida a ser dirimida: a senadora Kátia Abreu participará ou não deste processo de eleição suplementar? A senadora defende que a janela lhe permite, constitucionalmente, estar na disputa.
Caso participe teremos dois senadores de peso nesta eleição. Que por óbvio terá também o governador interino, Mauro Carlesse. Este, que monta um secretariado com a contribuição clara de indicações dos deputados, que governarão com ele por mais de dois meses (uma vez que o TRE declarou-se incapaz de realizar as diretas em 40 dias…)
Sendo assim, o cenário vai se desenhando de uma forma pouco esperada.
Vicentinho passa, portanto, a ser o novo nome nesta eleição. Mais uma reviravolta que o TSE nos trouxe com a cassação de Miranda.
Quantas outras ainda virão até outubro chegar, só o tempo nos dirá.
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