Vicentinho e Gaguim se aproximam de Marcelo: pode estar nascendo uma chapa

Qual foi a pedra filosofal que teve o condão de unir Vicentinho e Marcelo Miranda é uma incógnita, mas pelo menos dois encontros já aconteceram e a proximidade é fato

Governador Marcelo Miranda e senador Vicentinho Alves
Descrição: Governador Marcelo Miranda e senador Vicentinho Alves Crédito: Fotomontagem/T1 Notícias

A política tocantinense tem se mostrado mesmo uma caixinha de surpresas. Vide a recente aproximação do deputado federal Carlos Gaguim (PTN), do seu até ontem arqui-inimigo, governador Marcelo Miranda.

 

A troca de farpas pública começou no começo do governo Miranda, que Gaguim ajudou a eleger, mas os desentendimentos remontavam à campanha. Primeiro por que Gaguim, ex-governador, era da ala Júnior Coimbra, e com esse montou chapa dentro do partido para garantir a legenda contra Marcelo e Kátia Abreu. Não deu certo, já que Miranda venceu a queda de braço interna, com ajuda decisiva da Senadora.

 

De lá para cá, Gaguim se aproximou de Kátia, então ministra, compôs grupo e dela só se afastou quando ficou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

 

A proximidade com Miranda, no entanto, é recente, coisa costurada nos bastidores, num momento em que Marcelo Miranda parece estar mais propenso a fazer política e neutralizar adversários em busca de aliados não só para governar com mais tranquilidade, mas especialmente para traçar um projeto político que o mantenha na vida pública, ocupando mandato após 2018.

 

De adversário, Vicentinho passa a conversar

Na outra ponta da linha, o senador Vicentinho Alves - que bateu chapa contra Marcelo Senador em 2010, e ganhou o mandato diante do impedimento legal de Miranda em assumir após a vitória na disputa -  sempre se manteve distante do governador.

 

O mandato de um (Vicentinho) dependia do insucesso do outro (Marcelo) na disputa judicial para explicar a inelegibilidade e tornar seus efeitos nulos para aquela ocasião.

 

O tempo passou e a relação entre os dois azedou mais ainda na votação do impeachment. Sem papas na língua, sem poupar críticas ao governador, o deputado federal Vicente Júnior aproveitou seu momento do voto para relembrar o Rced de Miranda. Na saída da fila foi abordado por uma exaltada deputada Dulce Miranda. Curto e direito, Vicente Jr disse as últimas para a deputada, que foi inquiri-lo sobre o que havia dito do marido dela. Os ânimos não pioraram por que juntou a turma do “deixa disso” para apartar os dois.

 

Por essas e outras, incontáveis ocasiões de estresse e declarações públicas pesadas, era difícil imaginar uma aproximação entre os dois Vicentes e os Miranda. Mas aconteceu, e segue acontecendo, uma conversa que pode culminar em aliança política. Pelo menos é o que se escuta nos bastidores.

 

Qual foi a pedra filosofal que teve o condão de unir Vicentinho e Marcelo Miranda é uma incógnita, mas pelo menos dois encontros já aconteceram, a proximidade é fato e a presença do filho do senador, Vicente Júnior, no Palácio Araguaia durante a visita do Ministro da Saúde a Palmas.

 

Vicentinho governador, Marcelo e Gaguim ao Senado

Com tantas idas e vindas, o que a proximidade de Gaguim e agora de Vicentinho podem significar é um realinhamento no projeto 2018 que os dois acenavam estar construindo com a senadora Kátia Abreu. Todos ficaram juntos, por exemplo, na malfadada aposta em Raul para prefeito de Palmas. Isso com o argumento de construir grupo para 2018.

 

Pois bem, como o mundo gira, Vicentinho pode terminar candidato a governador, como sempre sonhou, mas na chapa de Miranda ao Senado, com Carlos Gaguim concorrendo à segunda vaga.

 

Isso colocaria Carlos Amastha, Kátia Abreu e Ataídes Oliveira em outro palanque. A conferir.

 

Parênteses…

 

Quando Marcelo Miranda foi receber o Ministro da Saúde no Palácio Araguaia, Carlos Amastha ficou sozinho no gabinete do governador esperando os dois. Contam as más línguas palacianas que ele aproveitou para fazer uma selfie, e brincou, com seu jeito peculiar: “deixa eu aproveitar para fazer uma selfie e ir treinando para quando for governador”.

 

O prefeito, no entanto, não contava com a presença de Dona Dulce, que tinha ido ao banheiro.

 

Na saída, ela chegou a tempo de escutar a fala do prefeito e teria retrucado: “tudo bem prefeito, mas para chegar aqui tem que primeiro combinar com o povo”.

 

O clima de constrangimento não durou, já que Amastha é ninja em levar tudo na brincadeira.

 

O fato, no entanto, é que cresce no interior a aura em torno de um Amastha realizador. Aos mais próximos ele insiste em dizer que quer mesmo o Senado e um posto de embaixador.

 

Vamos ver o que o tempo confirmará ou não.

 

De toda forma, uma coisa é certa: novas alianças se formam nos céus da política tocantinense.

 

Se vão vingar ou não, delações e operações da PF daqui em diante nos dirão.

 

É aguardar.

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