Não passou desapercebida a jornalistas, parlamentares e autoridades que acompanharam a visita do Ministro da Saúde a Palmas nesta sexta-feira, 13, a saia justa criada pelo senador Ataides de Oliveira (PSDB) ao criticar de público o governo e o governador bem ao seu estilo. Só que detalhe: ao lado de Marcelo Miranda, após a visita feita pela comitiva que acompanhava Ricardo Barros ao HGP.
A visita transcorreu sem muitos incidentes. Pacientes reclamaram, fizeram pedidos ao governador. Um subiu de tom, ao gritar de longe que o Marcelo resolvesse uma cirurgia de coração que seu pai esperava há meses. Nada que fuja ao ritual que se tornou corriqueiro nas visitas de autoridades ao HGP desde que Marcos Musafir assumiu a pasta.
O tom ofensivo - não é a primeira vez que Ataídes, se refere a Marcelo Miranda com pouco caso - aconteceu no final e irritou o governador, que reagiu. Não estava programada uma parada de Ricardo Barros na saída.
Quando parou, o ministro falou à imprensa, o governador falou e o senador falou em terceiro. Enquanto Ataídes fazia seu discurso usual, batendo duro no governador, Marcelo em voz alta dizia: “isso é um absurdo, uma falta de respeito”.
Ataídes ataca o governo, com o argumento de que não falta dinheiro para a Saúde, mas falta gestão. Não pouca críticas pesadas, num estilo que adotou para bater no governo do PT e segue fazendo a mesma linha no Estado, contra o governo do PMDB. Críticas são comuns entre adversários, mas o estilo peculiar do senador gerou desafeto entre ele e o governador desde a campanha, quando Ataídes disputou o governo, num estilo bem agressivo, mas sem muito sucesso contra Miranda.
Senador tenta faturar visita, mas ministro desmente
Na saída do hospital, em coletiva, o senador foi além e afirmou à imprensa que a visita do Ministro foi compromisso de Barros com ele, em virtude do pedido de intervenção federal que fez para a área de Saúde do Estado.
A fala poderia ter ficado no ar, sem desmentido, mas do HGP o ministro seguiu sua agenda e foi inaugurar uma Unidade de Saúde da Família, construída pela gestão Amastha - essa, bastante elogiada por Barros - onde foi abordado e provocado ao contraditório pela repórter da Rede Sat, Charlyne Sueste.
Questionado se sua vinda teria a ver com o pedido de intervenção, Barros foi categórico: veio cumprir agenda de trabalho e inauguração, não está apreciando nenhum pedido de intervenção, e caso haja o pedido, a esta não ocorrerá. “Saúde só se faz num esforço conjunto da União, estados e municípios. Sem isso não existe solução para o problema”, afirmou.
A tarde terminou com um Marcelo zangado, seguindo o roteiro oficial, Ataídes - desmentido - não seguiu a agenda até o final e perdeu o debate do ministro com os prefeitos.
Debate aliás, que terminou com a promessa de que os municípios receberão um volume maior de recursos para enfrentar a crise que só tem conseguido resolver, despejando de ambulância os casos de média e alta complexidade na porta do HGP. Tomara!
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