Vitorioso com Gomes, Carlesse sela acordo com os Abreu e articula R$ 50 mi para infra

Com dois votos em casa, Kátia e Irajá foram o primeiro objetivo do governador eleito, para afinar a bancada federal

Bancada federal do Tocantins em Brasília durante visita do Governador Carlesse
Descrição: Bancada federal do Tocantins em Brasília durante visita do Governador Carlesse Crédito: Divulgação

O governador Mauro Carlesse, reeleito, numa confirmação do que já apontavam as ruas nas vésperas da eleição do começo do mês, caminhou bem na última semana para fazer um começo de gestão mais tranquilo para os próximos quatro anos. Já tinha do lado um senador eleito, habilidoso e de bom trânsito. À capacidade de Eduardo Gomes, Carlesse foi buscar os votos de Kátia e Irajá Abreu, caminhando para ter o apoio fechado do Senado.

 

Com dois votos em casa, Kátia e Irajá foram o primeiro objetivo do governador eleito, para afinar a bancada federal. Diga-se de passagem, meta alcançada com sucesso. O acordo selado com a senadora, cujo discurso contra Carlesse amenizou nas eleições regulares, nas quais se manteve mais neutra em função da disputa presidencial, não envolveu participação no governo. É o que garantiu a própria senadora ao portal após o encontro ocorrido em sua chácara.

 

Os dois votos no Senado deram um outro poder de negociação a senadora e seu filho. Neste momento, há duas situações: quem ainda tem peso este ano na liberação das emendas. E ai se incluem os que perderam a eleição mas ainda detêm o mandato até janeiro. E por outro lado os que a partir do próximo ano têm nas mãos o poder de decidir para onde vão os recursos.

 

Na mira de Carlesse estão R$ 50 milhões, emenda de bancada que pode ser dividido ou conferido a uma só destinação. O objetivo do governo é garantir os recursos para gestão do Estado, em obras de infra-estrutura. R$ 50 milhões, como se sabe, é dinheiro que não acaba mais.

 

No ano passado, a briga para dividir as emendas entre Araguaína, Gurupi e Palmas movimentou toda a articulação do prefeito Ronaldo Dimas, e gerou estresse entre os prefeitos que se viram prejudicados.

 

Neste final de ano, a briga pode se repetir com Palmas, que também precisa dos recursos para infra-estrutura. Cenas de capítulos a se ver.

 

Clima de hostilidade com Vicentinho

 

A discussão na reunião de bancada semana passada não foi um mar de rosas. Com o rescaldo do resultado da eleição,  foi um encontro entre os que se despedem do mandato, e os que virão com outra força ano que vem. De saída, César Hallum, Josi Nunes, Vicentinho Alves. De chegada outros que ainda vão adquirir o poder de negociar. Mas entre os que ficam, só que agora em outra posição, está Irajá Abreu.

 

No centro do furacão, a deputada professora Dorinha teria sido questionada pela própria senadora sobre a condução da bancada, num dos momentos de estresse.

 

Em outro, a discussão teria subido de tom com Vicente Jr., que lembrou à senadora um documento assinado em ata lavrada pela bancada sobre a distribuição das emendas. “Mas não precisamos seguir isso”, teria dito Kátia. Ao que Vicentinho Jr teria respondido que a senadora não tinha o hábito de participar das reuniões, mas que lá era assim que estavam conduzindo os acordos.

 

Em resposta Kátia teria ironizado o deputado, lembrando a derrota do pai. Ao que Vicentinho Jr teria reagido se levantando, pedindo respeito e disparando que Irajá, para ganhar a eleição, tinha tirado o Abreu do nome.

 

Acalmados os ânimos, parte da bancada jantou com o governador Mauro Carlesse. Depois da foto posada que a imprensa toda recebeu.

 

A briga que vem pela frente por estes recursos promete, assim como ainda está para se assentar, a relação entre a nova bancada, que assume a partir de fevereiro. Por enquanto, fica claro, de um lado, a habilidade do governador eleito, em correr atrás dos acordos que vão garantir os recursos. 

 

E de outro, que a partir do próximo ano, teremos outro jogo de forças em Brasília. 

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