Dezenas de servidores em cargos de confiança, indicados pelos vereadores Emerson Coimbra (PMDB) e Milton Néris (PR) começaram a ser exonerados na última sexta-feira, 26, pelo prefeito Carlos Amastha, num sinal evidente de que estão fora da base do prefeito na Câmara de Palmas.
Os vereadores haviam formado um bloco com o presidente da Casa, vereador Rogério Freitas (PMDB), o que pode evoluir para um quadro ainda mais difícil para o prefeito na Casa, se Freitas acompanhar os companheiros no distanciamento da base.
Falando com o T1 Notícias no sábado, 27, o vereador Emerson Coimbra reclamou especialmente da falta de apoio ao projeto “Bom de escola, Bom de Bola”, que atende cerca de 300 crianças da região Norte da Capital, entre 18hs e 20 horas, no Complexo Esportivo da Arno 51. “Acho um absurdo que a gente tenha trabalhado junto todos estes anos e agora, no último ano da gestão, ano eleitoral, ele venha cortar a energia do complexo e o convênio que nós temos com a secretaria da Educação, prejudicando estas crianças”, reclama Coimbra.
“Se ele está achando que eu estou fragilizado, ou que terei dificuldades em me reeleger por que uma outra candidatura está sendo lançada na minha família, é um erro grande da parte dele. A reeleição dele hoje corre mais risco do que a minha”, desabafou.
Confusão começou com discurso de não permitir interferência política
Segundo conta uma fonte do portal que preferiu não se identificar, a confusão entre pelo menos dois vereadores e o prefeito teria começado quando Amastha voltou a dizer em discursos pela cidade que não aceitará mais indicações políticas na Educação. O histórico da gestão aqui é diferente, já que no primeiro ano, o ex-aliado, deputado Wanderlei Barbosa, fez centenas de indicações de contratos enquanto sua irmã, Berenice Barbosa manteve o comando da pasta. Posteriormente as indicações de vereadores para contratos de professores foram mantidas. No último ano, no entanto, com os concursados assumindo a maioria das vagas, os cortes começaram a acontecer.
“O profissional que eu tinha, atendendo estas crianças, é formado em Educação Física, mas foi retirado em janeiro. Nós estamos sem condições de manter as aulas lá, mas vamos encontrar uma saída. O que não vou permitir é que o projeto seja interrompido e as crianças prejudicadas”, disse o vereador por telefone ao T1 Notícias.
Amastha nega que tenha mandado cortar
Ouvido pelo T1 Notícias por telefone, o prefeito Carlos Amastha afirma que nunca foi procurado pelo vereador para tratar de problemas com o “Bom de escola, Bom de bola”. Ele disse ainda que está destacando nesta segunda-feira, 29, um assessor para verificar o que está acontecendo.
“Não houve nada de anormal. Todo começo de ano é assim. A gente tem que esperar o retorno das aulas para ver quantos e quais professores a gente vai ter disponível”. Os convênios na educação ainda não foram liberados”, disse Carlos Amastha.
Sobre a falta de energia, o prefeito justificou que mais de 20 quadras esportivas estão sem energia. “Pedimos para a Energisa transferir essas quadras para a iluminação pública e não conseguimos ainda concluir o processo”, explica Amastha.
O prefeito preferiu não comentar sobre a saída dos dois vereadores da base, mas confirmou a determinação de eliminar indicações políticas na Educação. “Os cerca de 300 contratos que ainda temos na Educação foram selecionados de maneira diferente. Nada contra a indicação, mas o professor tem que passar por uma entrevista e é avaliado por uma banca”, informou.
Segundo levantamento feito pelo Portal, a Educação do Município já chegou a ter 2 mil contratos. Eles foram reduzidos para o patamar de 300 nos últimos anos.
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