Amastha prepara entrega de duas quadras pavimentadas e elege três desafios da gestão

Orgulhoso das obras que começará a entregar em maio, Amastha fala da diferença entre as obras entregues normalmente no Estado na área de habitação e as que quer entregar em Palmas

Prefeito fala sobre seus 100 dias em nova gestão
Descrição: Prefeito fala sobre seus 100 dias em nova gestão Crédito: Foto: Felipe Borges

O prefeito Carlos Amastha elencou ao T1 Notícias, em longa entrevista na semana passada, os desafios que tem para sua segunda gestão à frente da Prefeitura de Palmas, ao mesmo tempo que fez um balanço do que muda a partir de agora na Capital. Orgulhoso das obras que começará a entregar em maio, símbolo da sua gestão, Amastha fala da diferença entre as obras entregues normalmente no Estado na área de habitação e as que quer entregar em Palmas: “não entrego uma casa em que eu não moraria”, resumiu.

 

Acompanhe a entrevista:

 

T1 - Qual a diferença dos primeiros 100 dias numa segunda gestão, com relação à primeira? Foi apenas uma continuidade?

 

Amastha - Completamente diferente. Primeiro que estou mais maduro, sei onde estou pisando. Palmas hoje está perfeitamente equilibrada, financeiramente…

 

T1 - O fato de estarmos vivendo uma crise em que temos menos recursos disponíveis, afeta muito? É mais difícil manter o ritmo de obras desenvolvido na sua primeira gestão?

 

Amastha - Menos ou mais dinheiro, sob o ponto de vista de como administrar, é irrelevante. Já estou acostumado a resistir às pressões. Administro da mesma maneira: considerando que não podemos gastar mais do que arrecadamos. Este é o princípio básico da gestão. Não posso ceder à pressão de servidores, nem à pressão por aumentos e reajustes dos fornecedores. Só vamos fazer o que o caixa nos permite.

 

T1 - Mas é fato que houve uma queda no volume de serviços, na conservação das ruas no período chuvoso e até no que a gente via antes em eventos como a Páscoa, por exemplo…

 

Amastha - Absolutamente. O que vivemos foi uma situação atípica, em que privatizaram a Câmara e ficamos sem orçamento. Eles tiveram 10 dias para fazer as emendas e seguraram a votação. A gestão passada da Câmara nos deu um prejuízo enorme e isso atrasou alguns serviços, problemas pontuais. Sobre serviços, nunca fizemos tanto. Sobre a Páscoa, você foi ao Cesamar este ano? A grande festa que fizemos lá. Nunca fizemos uma Páscoa tão completa, o que fizemos foi enfeitar as rotatórias pontuais, marcando alguns lugares. Pode ter certeza que a gestão continua em grande ritmo, não vamos decepcionar. O que estamos preparando de investimento no esporte, entrega de Praças, reforma de equipamento esportivos… E em maio vamos entregar duas obras que sãos símbolo da  nossa gestão, a 1304 e a 1306 Sul.

 

T1 - Por que essas duas obras simbolizam a gestão?

 

Amastha - Você precisa ir lá ver. São meu maior orgulho, por que fizemos tudo como tem que ser: com qualidade. Tem praça, tem jardinagem, arrumamos as vias, as rotatórias, os aparelhos públicos, tudo de primeira. Digo que são nosso orgulho por que eram o símbolo do descaso e da corrupção na administração pública. Agora tem esgoto, drenagem, asfalto, iluminação, jardinagem, escola de tempo integral, posto de saúde… E espero que quando esta matéria for publicada possamos anunciar que graças a Deus conseguimos desenrolar a 1003 e a 1103 Sul. Notificamos a empresa, fizemos nova licitação e, se ninguém recorrer, semana que vem assinaremos a ordem de serviço da obra (ninguém recorreu e a OS deve ser assinada esta semana). A prefeitura de Palmas não tem nenhuma obra paralisada.

 

T1 - Prefeito muita coisa ainda tem que ser feita na infraestrutura da cidade?

 

Amastha - Sim, queremos zerar o déficit de infraestrutura. E como faremos isto? Com a ajuda da CAF. Já aprovaram nossos projetos, a Secretaria Nacional da Fazenda também já fez a visita técnica e podemos sonhar que no segundo semestre possamos licitar essas obras.

 

T1 - Quais os desafios que restam para esta segunda gestão?

 

Amastha - São três. O primeiro é a regulamentação fundiária para 20 mil famílias. Esse problema de regularização, 99% deles não são invasões. São quadras que o governo abriu ações na justiça por reintegração de posse. Agradeço muito ao governador do Estado, pela ajuda na regularização do Santo Amaro e do Taquari. O segundo desafio é vencer a especulação imobiliária. Já estamos conseguindo. Um dos grandes devedores veio e negociou, e outros estão em fase de negociação. Se isso tivesse acontecido lá atrás, em outras gestões, a gente não teria essa bomba relógio para Palmas, que é o Luzimangues, por que os grandes proprietários de loteamentos lá são os mesmos que aqui. Por que abriram lá e não aqui? Para mim o Luzimangues só tem uma solução: virar município autônomo. E o terceiro que é a expansão do sistema viário…

 

T1 - O senhor insiste no BRT?

 

Amastha - Não interessa se vai ser BRT, VLT, ou o que seja. O que é de fundamental importância é que precisamos resolver esta cidade excludente. Por que o morador de Taquaralto, de Taquaruçu e da Buritirana diz quando sai pra trabalhar: “estou indo para Palmas”? Por que ele tem que atravessar uma rodovia minha gente, para vir até o Plano Diretor. Vamos mudar isso com a avenida que vai ligar a região Sul até aqui. Além de tudo, da distância, ainda tem um ribeirão no meio do caminho. Isso é cruel, é injusto, separa a cidade. Palmas só é tão cara para o poder público por que o custo dela para 300 mil habitantes é o mesmo que seria para um milhão. Isso graças à extensão enorme da cidade. O que fizermos agora vai baratear ao longo do tempo, quanto mais aumentar a população. Porque vamos manter a cidade estruturada e mais moradores vão pagar IPTU, ISSQN, e contribuir para manter tudo isso. O sistema de transporte numa cidade não é só para levar e trazer gente, é um grande indutor do desenvolvimento, é isto que muitos não conseguiram ainda entender.

 

T1 - Sobre habitação, existe um grande déficit. Araguaína, por exemplo, avançou bem mais que Palmas, foram 5 mil unidades entregues. Por que isso? O que está faltando aqui?

 

Amastha - Por que não quero entregar qualquer coisa. Não entrego em Palmas uma moradia em que eu não pudesse morar nela. Dá muito mais trabalho? Dá. Mas não vou colocar o morador de Palmas a 15 km do centro da cidade. Uma moradia pequena não é problema, o problema é se ela tem qualidade ou não. No Japão, em Cingapura, estão os exemplos que sonho fazer aqui. Lá você tem o pobre morando num prédio de frente ao prédio do rico. Convivem no mesmo espaço, mas você não vai sair de um prédio lindo e se deparar de frente com um prédio mal feito. Não. E o que faltava aqui para isso? Áreas nas regiões centrais…

 

T1 - A prefeitura conseguiu estas áreas?

 

Amastha - Ah, minha querida, já conseguimos muitas. Dos devedores que cobramos, já recebemos áreas em dação de pagamento e outros casos. Agora vamos reabrir para verificar o cadastro. São 16 mil unidades, mas muitos nem moram mais aqui, ou já conseguiram suas casas. Outra coisa: quem disse que o poder público tem que dar casa para todos? A sua, você comprou, ou o governo te deu? Tem que parar de achar que o poder público tem que dar casa para todos.

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