Após polêmica, Marilon se compromete com entidades a colocar projetos em votação

O presidente da Câmara se reuniu na manhã desta quinta-feira, 6, com representantes das organizações civis representativas da população LGBT e da Defensoria Pública Estadual (DPE).

Reunião ocorrida na manhã desta 5ª feira.
Descrição: Reunião ocorrida na manhã desta 5ª feira. Crédito: Loise Maria - Ascom DPE

Uma fala mal colocada ou interpretada pode gerar desconforto, tanto para quem a emite quanto para quem a recebe. Ainda mais quando se trata de uma figura pública. Foi o que aconteceu com o vereador de Palmas, Marilon Barbosa (PSB), ao dizer na Câmara Municipal, no dia 29 de maio, que era contra as "infâmias praticadas por homossexuais".

 

Após o desgaste, na manhã desta quinta-feira, 06, ele reuniu com representantes das organizações civis representativas da população LGBT e da Defensoria Pública Estadual (DPE). Por conta da declaração, no dia 1º de junho tais organizações e a DPE chegaram a se posicionar por meio de notas de repúdios às falas do vereador. A militância alegou “caça às bruxas”.

 

A reunião ocorrida hoje no gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Social de Palmas (Sedes), com a participação da secretária Valquíria Rezende, serviu para tentar amenizar os ânimos, pois nela as partes avançaram em assuntos referentes às políticas de diversidade sexual e de gênero em Palmas, intermediados pela DPE.

 

Segundo as organizações civis LGBT, foi solicitada a criação de um Conselho para a Diversidade e de um Plano Municipal para a Diversidade, que "visam promover políticas públicas para a proteção e o acolhimento correto desta população”.

 

Para tanto, de imediato, foi criado um grupo de trabalho composto entre a sociedade civil, a DPE, o Ministério Público Estadual, a Sedes e a Câmara de Vereadores para a elaboração das minutas desses dois projetos de lei.

 

“Saímos da reunião certos da criação do conselho LGBT e de um Plano Municipal LGBT. As minutas de ambos serão criadas pela Sedes”, diz João Paulo Procópio Vieira Silva, representante do Coletivo da Diversidade Sexual no Tocantins e que já atuou na Prefeitura de Palmas, como superintendente de Direitos Humanos.

 

Pela DPE, foi destacado pelo defensor público Maciel Araújo Silva, coordenador do Núcleo Aplicado de Defesa das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac), de Palmas, que a Câmara há anos tem tido um discurso equivocado sobre a ideologia de gênero e a população LGBT.

 

Alerta

 

Sobre suas declarações anteriores, o vereador, que é presidente da Câmara, disse que tratou-se de uma falha de comunicação e que já havia se retratado em nota com os movimentos sociais. Porém, o defensor público alertou ainda sobre a importância se evitar discursos falhos por parte de representantes da população e de dar publicidade às retratações para que aconteçam efetivamente.

 

João Paulo destacou a importância de se ampliar o debate e sobre informações falsas no que tange à ideologia de gênero. “Ideologia de gênero não é algo que a população LGBT defende, então estamos ensinando do zero que não somos a favor de cartilha para estudantes ou interferência na criação dos pais”. Quanto a isso, o defensor público disse ser importante.

 

 

 

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