Após ser ouvido pela polícia e deixar a CPP, Folha preside sessão e é aplaudido

Ao adentrar o plenário da Câmara, o presidente foi aplaudido pelo público e na tribuna agradeceu a amigos, familiares e aos “tocantinenses que têm a certeza quem é o vereador Folha”

Folha Filho preside sessão na Câmara de Palmas
Descrição: Folha Filho preside sessão na Câmara de Palmas Crédito: T1 Notícias

O presidente da Câmara Municipal de Palmas, vereador Folha Filho (PSD), comandou, na manhã desta quinta-feira, 9, a sessão parlamentar após ter sido preso, prestado depoimento à Polícia Civil e deixado a Casa de Prisão Provisória de Palmas ainda ontem, 8. Folha teve mandado de prisão contra si expedido na segunda fase da Operação Jogo Limpo.

 

Ao adentrar o plenário da Câmara, o presidente foi aplaudido pelo público e na tribuna agradeceu a amigos, familiares e aos “tocantinenses que têm a certeza quem é o vereador Folha”. O parlamentar afirmou, também, que nada vai “o abalar” e contou que teve a oportunidade de esclarecer os fatos à polícia.

 

A operação investiga suposto grupo criminoso que desviou R$ 7 milhões da Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Fundesportes) e da Secretaria de Governo e Relações Institucionais da capital. A verba seria destinada a projetos sociais, mas o dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais de 2014. A justiça do Tocantins expediu 26 mandados de prisão, dentre eles para o presidente da Câmara Municipal, Folha Filho, os vereadores Major Negreiros e Rogério Freitas, e o ex-vereador Waldson da Agesp.

 

“De início achei tão desnecessária a exposição, mas logo depois pensei que não devo andar de cabeça baixa e não me enfraquecer. Continuo forte e firme. Eu tenho uma missão aqui na terra dada por Deus e que me fez forte esses dias. Tenho a certeza que a Justiça, em pouco mais de 24 horas, me deu a oportunidade de esclarecer tantas coisas. Sairei desse processo mais fortalecido do que entrei”, disse Folha.

 

O presidente esclareceu que foi acusado de participar de um esquema no qual está sendo culpado de ter recebido R$ 10 mil. “Mexo com orçamento de R$ 40 milhões e devolvi quase de R$ 1 milhão economizando em todos os pontos da Câmara. Será que eu iria me envolver e derrubar toda minha história por R$ 10 mil”, salientou.

 

Parlamentares saem em defesa

 

Durante a sessão, vários vereadores se pronunciaram e saíram em defesa do presidente da Casa. Ivory de Lira (PPL) disse que entende e apoia “qualquer dúvida por parte da Justiça e Polícia e o que cidadão precisa sempre estar à disposição para esclarecer se tem culpa ou não. O cidadão tem o direito de colocar a sua versão e eu tenho certeza que os fatos estão sendo investigados e serão esclarecidos”, pontuou Ivory.

 

Milton Neres (PP) afirmou estar feliz com o retorno de Folha à Câmara e disse que um homem público está sujeito a qualquer questionamento e tem o direito de mostrar sua “lisura e seriedade”. Parlamentar destacou que a Câmara foi “explorada”. “Não fizeram nada na Fundação ou na Prefeitura. Sou Câmara, tenho que defender o parlamento. Não atacaram três pessoas, atacaram o parlamento. A polícia está fazendo o seu papel. No final de tudo isso, não comprovando nada, a polícia tem que vir e dizer que se excederam. Presidente, levanta a cabeça”, ressaltou, dirigindo-se a Folha.

 

Em sua fala, Tiago Andrino (PSB), que também é advogado, expressou “solidariedade jurídica” ao presidente da Casa. Afirmou que recentemente o Supremo Tribunal Federal proibiu a condução coercitiva e que a ação da Polícia fez Folha passar por constrangimento.

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