Câmara Municipal repudia visita de prefeito e comitiva à aldeia na Ilha do Bananal

Na ocasião, a comitiva do prefeito foi questionada e barrada pelos indígenas, que montaram uma barreira na entrada da aldeia, para tentar impedir a proliferação do novo coronavírus naquela localidade

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A Câmara Municipal de Lagoa da Confusão apresentou, na sessão desta quinta-feira, 25, moção de repúdio ao prefeito Nelson Alves Moreira (MDB). Motivo: a visita do gestor com uma comitiva de dez pessoas à aldeia JK, na Ilha do Bananal, na quarta-feira, 24, oferecendo riscos de contágio de indígenas pelo novo coronavírus, uma vez que alguns servidores da prefeitura foram diagnosticados com o vírus.

 

No documento, assinado por todos os vereadores presentes à sessão, os parlamentares afirmam que o prefeito foi com comitiva até a aldeia para entregar cestas básicas, máscaras e álcool em gel para a comunidade. Contudo, na ocasião, a comitiva do prefeito foi questionada e barrada pelos indígenas, que montaram uma barreira na entrada da aldeia, para tentar impedir a proliferação do novo coronavírus naquela localidade.

 

Na moção de repúdio, os vereadores lembraram que já há registros de vários servidores da Prefeitura de Lagoa da Confusão diagnosticados com covid-19.

 

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Lagoa da Confusão desta quinta-feira, 25, pelo menos 31 casos foram confirmados com o diagnóstico para a doença no município, segundo os vereadores. Os parlamentares  defendem que o Executivo adote medidas mais eficientes para garantir maior proteção de todas as pessoas que vivem no município, especialmente, as comunidades indígenas, devido à sua vulnerabilidade.

 

 No documento, os vereadores também destacam que naquela localidade reside o vereador Pastor João Werreria, que, inclusive, foi dispensado de participar das sessões presenciais da Câmara de Vereadores, justamente por fazer parte do grupo de risco.

 

No entanto, de acordo com os parlamentares, o prefeito não levou em consideração os riscos de contaminação dos indígenas e decidiu entrar na aldeia assim mesmo, no que foi devidamente impedido. Somente parte da equipe foi autorizada a entrar na comunidade para distribuir os materiais.

 

A reportagem do T1 Notícias tentou comunicação com a prefeitura de Lagoa da Confusão, mas, até o momento, não foi possível. Nenhuma das ligações foram atendidas, em dois números de telefone divulgados no Portal da gestão.

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