Cobrado por Kátia, Gaguim diz que ela tem razão, mas votará pelo impeachment

Principal aliado da senadora e Ministra Kátia Abreu na sua disputa por espaço no PMDB, o deputado Carlos Gaguim foi cobrado ontem por telefone: "não tiro a razão dela, mas votarei para tirar a Dilma"

Deputado federal Carlos Gaguim
Descrição: Deputado federal Carlos Gaguim Crédito: Foto: Da Web

O deputado Carlos Gaguim telefonou ao T1 Notícias na manhã desta quarta-feira, 13, para justificar que não votará com a presidente Dilma Rousseff, contra o impeachment, contrariando pedido da Ministra Kátia Abreu feito a ele ontem à noite por telefone, por já ter se decidido há 20 dias sobre o assunto. “Não dá mais, não tem clima. O governo da presidente Dilma acabou. Não só vou votar pelo impeachment como estou na comissão que coordena o nosso grupo aqui. Hoje já temos 370 votos, com a adesão dos pequenos partidos, subimos 28 votos de ontem para hoje. Acabou!”, conta o deputado.

 

“A Kátia me ligou brava, querendo que eu votasse, mas eu expliquei para ela. Eu não conversei antes com ela porque teve a morte do pai dela, teve a morte da Iracele, e não tinha clima para falar de política, mas eu falei com o Irajá, que é com quem eu sempre conversei. Agora imagina, se até ontem ele, que é filho da ministra, estava indeciso, imagina eu que não tenho ligação nenhuma com a Dilma”, explicou.

 

O deputado disse que ouviu a chamada da ministra sem retrucar, por que entende que ela tem razão. “Ela está certa, ela tem razão de cobrar. Não tiro a razão dela, e entendo que ela é amiga pessoal da presidente. Ela tem que ficar até o fim, mas eu não”, vaticinou. “A Kátia como ministra é importante demais para o Tocantins e eu ajudei como pude, enquanto deu. Mas agora a questão é o Brasil. Se meu voto fosse fazer alguma diferença, tudo bem, mas não vai. Tá acabado. E depois do impeachment nem sei como vai ficar a situação de quem votar contra”, avaliou.

 

Sem cargos no Estado

Gaguim reclamou também que a presidente Dilma não o atendeu em nada. Ele teria pedido a indicação de três cargos, entre eles o Iphan, e não foi atendido. “Roberta, eu não tenho nada no Estado, zero. O que eu tive de atendimento no governo Dilma foi no Ministério da Agricultura, uns tratores que eu nem entreguei ainda. O resto fui eu ajudando sempre, a colocar emendas para a agricultura. Eu te dou os telefones de pelo menos 60 deputados. Eu trabalhei, levei eles para a ministra atender, ajudei como eu pude (…) mas lá é enrolado, o governo da Dilma sempre foi enrolado para atender os parlamentares”, desabafa.

 

Todo o cenário nacional de rejeição do governo federal, somado à sua situação, pesou na decisão, afirma o deputado federal. 

 

Contra expulsão do PMDB

“Eu disse para a ministra que sempre defendi o trabalho dela e vou continuar defendendo, no PMDB e junto ao Michel. Ela disse que não quer defesa minha, mas eu falei que independente dela querer ou não, vou continuar falando bem dela. Eu hoje circulo muito mais no PMDB, mesmo tendo saído, do que em outro partido. Para você ter ideia, o Picciani vai votar pelo impeachment. Em todas as rodas  eu sou contra a expulsão dela do partido”, revela Gaguim.

 

Dispensado por Iratã: “ele me disse que vai apoiar é o Amastha”

Outro ponto que pesou no distanciamento do deputado, segundo ele, é o fato de que o vereador Iratã Abreu, numa conversa via WhatsApp há cerca de 20 dias, teria descartado a possibilidade de apoiar Gaguim numa possível candidatura à prefeitura de Palmas.

 

“O próprio Iratã me disse que o candidato dele hoje é o Amastha. Então eu me sinto dispensado”, pontuou.

 

Ainda assim, Gaguim garante que o acordo que tem com a senadora é de composição e apoio em 2018, na formação de uma chapa majoritária. “O meu compromisso com ela está de pé. Ela ficou com raiva, é normal. Eu entendo. Mas fiz a minha escolha agora de ficar contra Dilma. Não é contra ela, é contra Dilma”, finalizou.

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