Em entrevista ao T1 Notícias na manhã desta terça-feira, 24, o ex-prefeito de Palmas, Raul Filho, confirmou que sua candidatura ao Senado Federal foi descartada pelo próprio partido, PSD, e desabafou sobre o que chamou de “compromissos não cumpridos”. Raul afirmou que a situação foi motivada pela falta de diálogo e pelas pretensões próprias do presidente da sigla, Irajá Abreu, que estaria viabilizando disputar uma vaga de senador. O deputado federal é filho da senadora Kátia Abreu (PDT), que recebeu o apoio do ex-prefeito em sua campanha nas eleições suplementares deste ano.
"Mesmo quando todos falaram para eu não confiar na Kátia, por que ela não cumpre acordos, ainda assim acreditei", disse Raul, ao citar o compromisso não cumprido entre a senadora e o deputado federal. Raul contou que nunca retiraria uma candidatura que, se trabalhada, possuía viabilidade. “Infelizmente eu me filiei a um partido, do deputado Irajá, com esse compromisso de que eu seria candidato. Foi um compromisso público, assumido por ele e pela mãe, mas acho que ele não vai conseguir mantê-lo”, afirmou.
Afirmando se sentir magoado com a situação, o ex-prefeito relatou que soube das intenções de Irajá em disputar o Senado por meio da imprensa. “Ele já faz atrativas, buscando negociar essa candidatura com o nome dele e isso realmente é constrangedor. Eu nunca fui consultado, tenho sabido tudo isso pela imprensa, então como ele tem o domínio total do partido, acho que não cabe mais a mim decidir sobre isso”.
Raul ainda lamentou ter que adiar seu projeto, por acreditar que teria chances nessa eleição. “Por essa razão nunca faria isso, de renunciar à candidatura, até porque penso que seria um grande momento e estaria muito seguro de que teria grandes oportunidades de chegar ao Senado, mas o Irajá, acho que também percebeu essa possibilidade de uma eleição não tão difícil, e está invocando a favor dele mesmo, e eu só tenho a lamentar e adiar o projeto”.
Questionado pelo T1 se concorreria a outra vaga nesta eleição, Raul negou e falou que trabalhou com o propósito de disputar o Senado Federal e que não tem por que “construir uma outra candidatura em cima da hora. Mas política é assim mesmo. Mas assim, dizer que eu não tenho ressentimento? O Irajá conseguiu ver uma grande possibilidade, que existe, mas deixou de conversar, de chamar a gente para um diálogo, eu não via dificuldade de um entendimento. Agora o duro é você ter um acordo, confiar nas pessoas, mesmo quando todos falaram para eu não confiar. Mas está no passado, não me arrependo de ter trabalhado para a senadora, peço a Deus que ele tenha sucesso no pleito dele”, finalizou.
O T1 procurou a assessoria da senadora, deixando o espaço aberto caso a parlamentar queira se pronunciar sobre as declarações do ex-prefeito.
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