Em audiência, relator diz que sistema eleitoral 'está falido' e é preciso mudar

O deputado Marcelo Castro (PMDB/PI) esteve na AL e falou sobre o atual sistema eleitoral do Brasil. "Nós chegamos ao fundo do poço", disse o deputado ao falar dos problemas

Audiência pública discute Reforma Política
Descrição: Audiência pública discute Reforma Política Crédito: Fábio Coêlho/T1

O relator da Comissão de Reforma Política, deputado federal Marcelo Castro (PMDB/PI), esteve presente na Assembleia Legislativa (AL) na manhã desta segunda-feira, 11, durante audiência pública sobre a Reforma Política e ressaltou a importância de repensar o sistema político eleitoral do Brasil.

 

“Nós chegamos ao fundo do poço e há um consenso no Congresso de que como está não pode ficar. É impossível manter um sistema político desta forma. Ele está falido”, disse o deputado.

 

Ao citar alguns dados do Datafolha, que revelam que 70% do eleitorado brasileiro não sabem em quem votaram para deputado e que 71% não tem preferência por um partido político, o deputado destacou que “precisamos mudar e um dos caminhos é ter um sistema eleitoral civilizado”.

 

Problemas do atual sistema

Para o deputado Marcelo Castro, “o Congresso Nacional não espelha a vontade nacional”. Ele apontou diversos problemas vivenciados no País, entre eles a influência do poder econômico no processo eleitoral. “Quanto mais dinheiro mais voto e isso não pode continuar assim. Essa não é a forma de escolher os representantes. Assim estamos fulminando o princípio basilar da democracia que é a igualdade entre todos os correntes”, ressaltou do deputado.

 

Castro falou ainda sobre a fragilidade dos partidos políticos. “O que acontece no Brasil é que não se é capaz de dizer qual a ideologia de cada um dos 32 partidos”, disse o deputado ao informar que o “partido político é uma parte, um seguimento, um pedaço da sociedade que luta por um ideal comum”.

 

Ao lembrar os grandes valores dispensados para as campanhas eleitorais no Brasil, Marcelo Castro citou os 180 candidatos a deputado federal e estadual que o PMDB teve em São Paulo. “Foram 180 campanhas, já que não é o partido que faz a campanha, mas cada candidato faz a sua. É campanha demais e corrupção demais”, disparou.

 

Outro problema, que segundo o deputado é acarretado pela individualização das campanhas, é a luta entre os membros do mesmo partido. “Quando se vai para uma campanha eleitoral, o maior adversário é o companheiro de partido e isso não está certo, pois cada um tem que ajudar o partido a crescer e a prosperar, como acontece em todo o mundo”.

 

Marketing eleitoral

Ainda entre os problemas ressaltados pelo deputado Marcelo Castro, o marketing eleitoral, para ele, é um dos maiores gargalos vivenciados nas eleições brasileiras. “O João Santana, que fez o marketing da campanha da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, recebeu R$ 79 milhões”, informou ao destacar que a proposta é que não se tenha gastos com o marketing eleitoral. “Propomos zero de marqueteiro, vão todos para a TV com as mesmas condições”, disse.

 

Rumos da Comissão

Conforme já havia sido adiantado pelo T1, o fim das eleições proporcionais também é um tema convergente entre os parlamentares e o deputado Marcelo Castro confirmou. “O eleitor tem que ter sua vontade respeitada”, disse.

 

“Votar em João e eleger Pedro”, foi assim que o deputado exemplificou o que acontece no sistema de votação hoje no Brasil no que diz respeito às eleições proporcionais (deputados e vereadores). Ele defende o fim desse sistema.

 

O deputado informou que a Comissão de Reforma Política caminha para a aprovação de alguns dos itens da Reforma, como o fim da reeleição para os cargos do executivo e mandatos de cinco anos para esses cargos. Castro também disse que a proposta de cinco anos deve ser estendida para os senadores. “A ideia é que todos sejam eleitos no mesmo dia e para um mandato de cinco anos”, disse.

 

Estiveram presentes na audiência, o secretário de Articulação Política, Paulo Sidnei, que representou o governador Marcelo Miranda, a deputada federal Dulce Miranda, a deputada federal Josi Nunes, o presidente da Associação Tocantinense de Municípios, prefeito João Emídio, além de representantes da OAB, União dos Vereadores do Tocantins, TRE e TJ.

 

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