O dia 8 de março é o dia internacional de luta das mulheres, e faz parte da história de organização e resistência das mulheres no mundo. A luta pelo direito ao voto, pelo direito ao trabalho e por condições dignas representavam as primeiras reivindicações das mulheres.
Por isto considero que a expressão luta não é apenas mais uma palavra numa simples frase, mas é o verdadeiro sentido deste dia, pois se considerarmos apenas como o dia dedicado às mulheres, onde comumente recebemos flores e parabéns, estaríamos ignorando todo o processo histórico de luta das mulheres diante de uma realidade ainda absolutamente cruel na vida das mulheres no mundo inteiro, inclusive no nosso estado e no nosso município.
A realidade nos mostra que nós mulheres, apesar de sermos a maioria da população, somos a minoria na ocupação de espaços de poder político institucional. No mercado de trabalho ocupamos geralmente os cargos de menor remuneração; temos pouca representatividade nos cargos eletivos (executivo e legislativo), mas somos as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e do lar e, além disto tudo, as mulheres sofrem violências de diversas naturezas e formas.
Neste momento histórico, onde vivemos uma grave crise econômica e também uma crise sanitária, é nítido o reflexo na vida das mulheres. Desemprego, ausência de renda, sobrecarga de trabalho e a mais cruel de todas: a violência doméstica e familiar contra as mulheres.
Neste sentido, a luta e organização das mulheres é fundamental no enfrentamento das desigualdades e opressões de gênero, além de assim pressionar e tencionar o estado brasileiro em todas as suas esferas e poderes, rumo à construção de políticas estruturais capazes de alterar esta realidade, garantindo direitos e diminuindo injustiças e desigualdades.
A violência doméstica e familiar é a principal causa de feminicídio no Brasil e no mundo, podendo ser classificada como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Já os abusos, apesar de serem usados como sinônimo, nem sempre envolvem violências, mas se sustentam em relações de poder, de mentiras e de manipulação da vítima.
A participação das mulheres nos espaços de representação política é uma grande conquista da luta das mulheres, e coloca para nós parlamentares que ocupamos este espaço a grande responsabilidade de não ser somente mais um, mas de ser de fato uma voz que represente as muitas vozes existentes asfixiadas pela violência e opressão.
Desta forma, concluo que a violência e a desigualdade de gênero não pode ser a regra. E nos espaços de representação política como a Câmara de vereadores e vereadoras, temos a responsabilidade de atuar fortemente para estruturar políticas e ações públicas tendentes a coibir, prevenir e erradicar a violência contra a mulher, garantindo sua integridade física, psíquica, sexual, moral e patrimonial.
Sigamos firmes na luta!
Mais do que flores, nós merecemos respeito! Parabéns a todas as mulheres!
Solange Duailibe é jornalista e vereadora de Palmas - TO.
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