Em primeiro áudio divulgado por site, Deltan comemorando decisão contra Lula

No áudio, Deltan diz que o ministro Luiz Fux assinou um documento vetando a entrevista de Lula e pede para os colegas não espalharem a decisão.

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Descrição: Imagem ilustrativa Crédito: Da web

Há um mês revelando troca de mensagens entre Dallagnol e Sérgio Moro, o site The Intercept Brasil, divulgou um áudio nesta terça-feira, 9, em que o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, celebra a proibição do Supremo Tribunal Federal (STF) a um pedido para que o ex-presidente Lula concedesse entrevista ao jornal Folha de São Paulo, às vésperas da eleição de 2018. Deltan foi convidado esta semana para comparecer no Congresso Nacional, dar sua versão das mensagens, mas se recusou a ir.

 

No áudio, que pode ser conferido aqui,  Deltan diz que o ministro Luiz Fux assinou um documento vetando a entrevista de Lula e pede para os colegas não espalharem a decisão. "Caros, o Fux deu uma liminar suspendendo a decisão do Lewandowski que autorizava a entrevista dizendo que vai ter que esperar a decisão do plenário. Agora não vamos alardear isso aí, não vamos falar para ninguém. Vamos manter, ficar quieto, para evitar a divulgação o quanto for possível. Porque quanto antes divulgar isso, antes vai ter recurso do outro lado, antes isso aí vai para o plenário", acrescentou.

 

A entrevista entre Folha de São Paulo e Lula havia sido autorizada em abril de 2018, mas logo após foi proibida pela 12ª Vara Federal em Curitiba. O ministro Ricardo Lewandowski voltou a autorizar a entrevista, mas a decisão acabou sendo novamente vetada por Fux.

 

Entenda

 

O The Intercept Brasil vem divulgando conteúdo, conforme o site, conseguido de um grupo no Telegram que tinha o ministro da Justiça Sergio Moro, à época juiz, e os procuradores da Lava Jato. As mensagens indicam troca de colaboração entre o ministro da Justiça e a força tarefa da Lava Jato. Segundo a lei, o juiz não pode auxiliar ou aconselhar nenhuma das partes do processo. 

 

O ex-juiz e agora ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro, chegou a ser ouvido sobre o caso em uma comissão especial no Congresso, mas negou que os conteúdos das mensagens sejam verdadeiros e afirmou ser alvo de um ataque hacker. Um dos fundadores do The Intercept, o jornalista Glenn Greenwald, também foi ouvido pelos parlamentares.

 

Em um ofício enviado ao Congresso, Deltan classificou as mensagens como criminosas e disse que apesar de respeitar o Congresso, iria concentrar suas manifestações na esfera técnica. 

 

Se provado o envolvimento de Moro com uma das partes do processo, as decisões emitidas pelo juiz podem ser anuladas. Incluindo o julgamento do ex-presidente Lula.

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