Em resposta à carta de Kátia, Papa defende promoção do direito universal às vacinas

Reposta enviada do Vaticano é relacionada à carta encaminhada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO) ao Papa Francisco, em que fala sobre o que o Brasil vive neste momento de pandemia

Crédito: Raiza Milhomem

Após enviar carta ao Papa Francisco, em abril deste ano, no qual pedia intercessão pelo povo brasileiro neste momento de grande atribulação causada pela pandemia da Covid-19, a senadora e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Kátia Abreu (PP-TO) aproveitou a sessão plenária de terça-feira, 22, para ler a resposta enviada do Vaticano no dia 21 de maio, que para a parlamentar, foi bastante amorosa e delicada.

 

Em um dos trechos de sua carta, Kátia pede ao Papa Francisco para que fale ao povo brasileiro sobre a necessidade do uso de máscaras e da constante higienização das mãos, sobre a importância do distanciamento físico, de manter os ambientes arejados, entre outras medidas. “Fale também, querido e bondoso pastor, sobre como é vital, em casos de crise sanitária aguda, o fechamento parcial ou integral de cidades – chamado ‘lockdown” – para evitar que o vírus se disperse e mate ainda mais inocentes”, diz.

 

Na oportunidade, a senadora também roga para que, das sacadas do Vaticano, conclame organismos internacionais, governos influentes e grandes empresas privadas a que abram as patentes de vacinas contra a Covid-19. “E, assim, compartilhem com todos os países em desenvolvimento esse medicamento de caráter humanitário. Somente assim, Santo Padre, será possível caminhar, na velocidade necessária, rumo à imunização rápida e gratuita de todos os habitantes do planeta, sobretudo os mais pobres. Nesta pandemia global, não haverá solução que não seja plenamente universal”, observa.

 

Em resposta à carta da senadora, assinada pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, ele destaca que o “Papa Francisco confiou-me a honrosa incumbência de assegurar à Vossa Excelência que constantemente faz presente nas suas preces ao Altíssimo a situação tão desafiadora em que se encontra esse querido País, objeto da sua terna solicitude”.

 

O documento também ressalta que a Sua Santidade quis recentemente enviar ao povo brasileiro, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, uma vídeo-mensagem manifestando a sua proximidade a todas as centenas de famílias que choram a perda de um ente querido. “Jovens, idosos, pais e mães, médicos e voluntários, ministros sagrados, ricos e pobres, vítimas desta doença que não excluiu ninguém do seu rastro de sofrimento”.

 

A carta ainda diz que o Santo Padre, vê com favor a promoção do direito universal às vacinas contra Covid-19. “Como manifestado recentemente, ao afirmar que uma variante desse vírus é o nacionalismo fechado, que impede, por exemplo, um internacionalismo das vacinas. Outra variante é quando colocamos as leis do mercado ou da propriedade intelectual, acima das leis do amor e da saúde da humanidade”, encerra.

Comentários (0)